Na abertura da 29.ª jornada da Liga, houve novo dérbi do Minho, mas desta vez o Moreirense saiu mais sorridente, ao vencer por 2-1, perante um Gil Vicente em clara quebra de rendimento, mas que fez por merecer mais na reta final.

A palavra «vontade» predominou nas antevisões dos dois treinadores. Se Ricardo Soares queria ver os galos de volta ao registo que conduziu a equipa a lugares europeus, Sá Pinto desejava encontrar o caminho para o golo e para a fuga ao último lugar.

Nos primeiros minutos, a vontade do Moreirense foi mesmo maior e o Gil Vicente ainda estava anestesiado depois da derrota na última jornada, com vários passes falhados – inclusive de Pedrinho, normalmente notável nesse capítulo – e sem sequer criar um fio condutor de jogo, tal como vem habituando esta temporada. Os cónegos, de orgulho ferido, aproveitavam o desnorte barcelense e, de bola parada, incomodavam mas sem fazer mossa.

A partida animou a partir da meia hora. Sá Pinto tinha avisado que a equipa não podia dar oportunidades ao adversário, mas Artur Jorge esteve desatento. O central do Moreirense ofereceu o golo a Fran Navarro e colocou-o na cara do guardião adversário, mas o espanhol - que já leva cinco jogos sem marcar – tanto quis desviar a bola que a enviou ao poste.

Foi o que bastou para o galo encher o peito.  

Logo de seguida, um vislumbre do bom futebol que a turma de Ricardo Soares tem apresentado, com uma jogada ao primeiro toque, que terminou… no poste. Leautey também ficou em boa posição, mas não fez melhor do que Navarro.

A falta de pontaria também se fez sentir no lado oposto. Novamente após uma bola parada, Franco obrigou Frelih a esticar-se e defender para o lado, deixando a bola à mercê de Rafael Martins. Com a baliza descoberta, o brasileiro fez o mais difícil e disparou para fora.

E, depois, veio o vermelho.

Como já havia acontecido em Arouca, o Gil Vicente viu-se novamente a jogar contra dez, por expulsão de Fábio Pacheco, que rasteirou Navarro quando este seguia isolado. Ora, mais uma vez, os galos não se deram bem com a superioridade.

Frelih já tinha travado o primeiro aviso dos cónegos, mas nada pôde fazer quando Jefferson rematou para marcar e colocar em êxtase a bancada onde se encontravam os adeptos de Moreira de Cónegos. Sá Pinto tinha lançado Derik quando a equipa ficou reduzida a dez unidades e foi o brasileiro que, através de um lance individual, ofereceu o golo ao companheiro e compatriota.

Começava o jogo dos bancos, com o treinador do Moreirense a tentar fechar o meio-campo e Ricardo Soares a desmontá-lo, para colocar mais peças no ataque.

Com o Gil Vicente balançado para a frente, o jogo ficou permeável aos contra-ataques do Moreirense. Em cima do quarto de hora final, repetiram-se os protagonistas, mas desta feita com mérito total para Jefferson, que recebeu a bola de Derik e, com um remate em jeito, deixou Frelih pregado ao relvado.

Os suplentes do Moreirense vieram dentro do terreno de jogo para festejar com a restante equipa e, no banco, havia um homem cuja felicidade era impossível de igualar: Sá Pinto. A aposta no médio Jefferson, com quem já tinha trabalhado e que convenceu a vir para Moreira de Cónegos, dava agora resultado.

Perto do final, o Gil Vicente ainda conseguiu entrar na discussão pelo resultado. A equipa do Moreira falhou na saída de bola, Pedrinho conduziu e libertou na hora exata para Samuel Lino dar esperança aos barcelenses.

A partir de então, foi um verdadeiro sufoco, alimentado pelos nove minutos de compensação. Mesmo a fechar, nova bola nos ferros por parte dos galos, após remate de Boubacar.

A asfixia nos instantes finais acentuou-se e o Gil até fez por merecer a igualdade, mas a vontade de Sá Pinto e as defesas de Pasinato prevaleceram.

O Moreirense provou mais uma vez em Barcelos que é um vizinho chato para o Gil Vicente e somou a sexta vitória sobre os galos, nos últimos oito jogos. Os cónegos amealham três pontos importantíssimos e, pelo menos provisoriamente, deixam o último lugar. Já os gilistas, aconteça o que acontecer nesta jornada, continuam no quinto posto.