Após uma entrada muito apática por parte do Marítimo, que foi aproveitada pelo Moreirense, com qualidade, para chegar aos 13 minutos a vencer por 2-0, o Marítimo reagiu com tudo e acabou escrever o seu próprio destino.

Confira a FICHA DO JOGO

A reviravolta começou ainda na primeira parte, mas coube a Joel Tagueu, também conhecido por o «cruel», consumar uma remontada como há muito não se via no Caldeirão. Grande jogo de futebol este entre um candidato não assumido a um lugar europeu e uma equipa que luta manutenção.  

Mas vamos à partida. O central Douglas Grolli e o lateral-esquerdo Rúben Ferreira estavam em dúvida no Marítimo para o duelo deste sábado, recuperaram das mazelas sofridas em Guimarães, na última ronda, e foram mesmo a jogo. Petit operou assim uma única alteração na equipa que defrontou o Vitória na cidade-berço, trocando Getterson por Joel Tagueu na frente de ataque.

Do lado da equipa de Moreira de Cónegos, Ivanildo também recuperou e entrou a jogar com Iago no eixo da defesa, substituindo Halliche, que ficou de fora devido a castigo.  

Melhor entrada na partida não podia desejar Ivo Vieira neste regresso a uma casa que conhece como poucos. As equipas ainda estavam a procurar encaixar-se nos esquemas táticos de cada uma, mas uma desatenção da defensiva madeirense acabou por facilitar a abertura do marcador logo aos quatro minutos.   

Arsénio, autor do golo que deu a vitória no jogo da primeira volta, foi servido com um passe de rotura de João Aurélio, que o deixou sozinho em zona central que picou depois o esférico ante a saída de Charles de entre os postes.

Seis minutos depois surgiu a reação do Marítimo. Numa transição rápida conduzida pela direita Joel Tagueu surgiu na área dos cónegos, embora com alguma oposição, mas o avançado camaronês atirou por cima.

Logo a seguir, um lance individual de Heriberto, que passou por dois adversários na direita do ataque dos cónegos, foi culminado com um cruzamento para o primeiro poste, onde Chiquinho, quase sem marcação, rematou de primeira e sem hipóteses para o guardião insulares.

O 2-0 deixou deixou o Marítimo a tremer, como ficou bem patente num par de jogadas que o Moreirense desenhou e que só não redundaram no terceiro por alguma falta de sorte. Petit sentiu necessidade de mexer na equipa e optou por abdicar do central Grolli para lançar mais um avançado, Getterson.

Os nervos da formação insular diminuíram e a equipa começou pressionar mais alto e a obrigar a formação vimaranense a cometer alguns erros, embora sem deixar de ter o jogo sob controlo. Joel, aos 35’, surgiu em boa posição para reduzir, mas a ‘bomba’ que disparou saiu muito ao lado da baliza de Jhonatan.

Coube ao recém-entrado Getterson relançar a discussão do resultado. Dois minutos depois, o jovem Pelágio fez tudo bem e serviu para o avançado desviar de cabeça em plena grande área.

A equipa de Ivo Vieira já na apresentava o futebol vistoso dos primeiros minutos, mas mesmo assim continuava a produzir lances de perigo no último reduto. Até ao descanso, o Moreirense assustou Charles por duas vezes, por intermédio de Chiquinho e Texeira, contra uma do Marítimo, protagonizada por Getterson, embora situação de fora de jogo.

Três golos em 45 minutos, jogo bem disputado e com qualidade largos minutos. Quase tudo o que um adepto de futebol pode desejar. Esperava-se pelo menos mais do mesmo para a segunda parte.

Ivo Vieira mexeu ao intervalo, trocando Heriberto por Pato, aparentemente devido a problemas físicos. Mas o Marítimo regressou das cabines com muita vontade para empatar. Depois de nove minutos de muita pressão, Edgar Costa cobrou um livre e acabou por assistiu para Joel Tagueu cabecear certeiro perto do primeiro poste.

O avançado camaronês estreou-se a marcar em casa pela primeira vez esta época e ao fazê-lo injetou mais intensidade no jogo. O Moreirense reagiu em busca da vantagem perdida, mas a equipa verde-rubra estava endiabrada. Aos 67’, Getterson, a passe de Rúben Ferreira, falhou o terceiro por muito pouco, numa transição rápida.

No minuto seguinte, foi a vez de Jhonatan negar o golo a Edgar Costa, mas o guardião dos cónegos nada pôde fazer logo a seguir. Um passe longo de Zainadine isola Joel Tagueu, que ante a saída do guarda-redes, desenha um chapéu com as medidas, à entrada da área, para depois concluir de cabeça perante uma baliza deserta.

Rude golpe para a formação vimaranense, que ainda foi obrigada a mudar de guarda-redes, lançando Pedro Trigueira no lugar de Jhonatan, uma vez que este chocou com Ivanildo quando saiu no encalço de Joel e acabou por ficar lesionado, tendo mesmo saído do estádio de ambulância.

Em vantagem, a equipa de Petit passou a gerir o resultado, apostando no contra-golpe, até porque o Moreirense lançou-se em busca do empate. Charles, que está em grande forma, ainda fez a defesa da tarde, a remate de Bruno Silva. Mas o destino do resultado já estava traçado.

Confira o resumo do jogo: