Campeão nacional em 2001, o Boavista desperdiçou frente ao Paços a oportunidade (única?) de voltar a ser líder da Liga. Uma sensação carregada de nostalgia e de responsabilidade, sim, e que esteve plenamente ao alcance dos homens de Lito Vidigal. O nulo foi insuficiente.
 

Pelo que fez no segundo tempo, e sobretudo nos últimos 30 minutos, o Boavista justificou a vitória e o tal regresso ao passado, nem que fosse por 24 horas. O momento em que mais perto esteve de subir ao topo aconteceu ao minuto 70, com o pé direito do incansável Mateus a rematar à barra da baliza do estreante Simão Bertelli.

Nessa derradeira meia-hora, o Boavista quis e o Bessa ajudou. Pressionante, fortíssimo nas segundas bolas, a explorar os flancos e o jogo direto, a equipa de Vidigal sentiu-se em casa, entusiasmou e sentiu-se entusiasmada.

FICHA DE JOGO E NOTAS AOS ATLETAS

Faltou mais qualidade na definição. Não só no remate, mas também na preparação da finalização. O Boavista foi muito coração, muito sistema respiratório, alimentou-se de emoções e esqueceu a lucidez e a serenidade. Pagou por isso.

O Paços defendeu-se normalmente bem, é verdade, e até podia ter estragado completamente a noite axadrezada já em cima do minuto 90: Pedrinho rematou em posição para golo e Bracali fez uma grande defesa.

Isso seria uma tremenda injustiça, pois a equipa de Filó raras vezes se acercou da baliza portuense no segundo tempo. Até ao intervalo, sim, o Paços foi mais competente. Pelo menos, seguiu com mais acerto o ideário do seu treinador para o jogo.


DESTAQUES DO JOGO: Mateus tem mesmo 35 anos?

Esses primeiros 45 minutos foram, de resto, de uma pobreza desconcertante. O pouco que o Boavista fez saiu do pé direito de Alberto Bueno, mas o espanhol parece demasiado fino para encaixar no bloco de notas casmurro de Lito Vidigal. Bueno carrega um violino e o Boavista de Lito pede heavy metal. Saiu ao intervalo.

Fora isso, nota para o golo de sorte de Heriberto (cruzamento desviado por Maracás) e para o empate conseguido por Baixinho de penálti.  

Talvez surpreendido pelo resultado conquistado pelo FC Porto na Luz, o Boavista só demasiado tarde pareceu perceber que podia subir ao primeiro lugar. O Bessa merecia esse estatuto.