César Peixoto, treinador do Paços de Ferreira, em declarações na sala de impensa do estádio Capital do Móvel, depois da derrota frente ao Casa Pia (3-2), em jogo da sexta jornada da Liga:

«Foi uma primeira parte bem conseguida. A equipa fez um golo e criou mais três ou quatro situações. Estivemos compactos e fomos humildes e agressivos nos duelos, conseguimos circular tanto por dentro como por fora. O Luiz Carlos dá-nos experiência, maturidade e qualidade, que é o que nos têm faltado.

Na segunda parte tínhamos de manter o mesmo foco e a mesma concentração. Não entrámos tão bem na segunda parte e em dois ou três minutos... após os golos, houve algum desnorte da equipa e veio ao de cima a falta de confiança e de experiência. Colocámos dois avançados, chegámos ao 3-2, mas já muito tarde.

Sabíamos que o Casa Pia ia jogar no nosso erro. As estatísticas não ganham jogo, mas fomos melhores na maioria desses dados. O Casa Pia esteve equilibrado e em duas perdas de bola nossas que originaram transições, surgiram os golos. Em cinco minutos deitámos tudo a perder. Fomos atrás do prejuízo, mais com o coração do que com a cabeça, e ainda fizemos o 3-2. Esta derrota foi culpa nossa.

[Sobre a aposta do Paços na juventude]:

«Temos jogadores experientes no plantel como o Ilori e o Nico. Mas as lesões e os castigos criaram dificuldades. Trouxemos jovens, o Paços tem de apostar nesses jogadores para valorizar e vender. Eles precisam de tempo, mas também precisam de perceber que o campeonato português é difícil, que se não podem dar às faltas, que têm de reagir à perda porque aqui não existe tempo. Muito menos quando não existem resultados. Os jovens têm de acordar, de dar mais e de ajudar os mais velhos. 

Contestação? Não vi muitos lenços brancos, mas é normal os adeptos estarem descontentes. Eu, o presidente e os jogadores estamos descontentes. Temos de voltar rapidamente às vitórias. Sei muito bem o que é ser treinador e como é o futebol. Há dois meses, quando peguei na equipa depois de quatro meses sem vitórias, fizemos uma recuperação fantástica. Não era o melhor treinador do mundo agora também não sou o pior. Estou há seis jogos sem ganhar, é mau. Não tenho de ser um problema, mas a solução.»