Com a temperatura a subir no Algarve, o Portimonense encontrou um poço de ar quente e conseguiu finalmente travar a queda livre na classificação da Liga, ao bater o Famalicão, naquela que foi a primeira vitória de 2022. Um ponto final a uma série negra de catorze jogos sem vitórias, acentuada nas últimas rondas com quatro derrotas consecutivas. Paulo Sérgio pode, finalmente, prescindir da cara feia e voltar a sorrir.

Uma vitória importante até porque foi frente a um adversário direto, com o Famalicão também com extremas dificuldades em somar pontos de forma regular nos últimos meses. Duas equipas ávidas de pontos que ofereceram um jogo aberto, com esquemas táticos idênticos, mas com os algarvios a atacarem melhor a profundidade desde o início, quase sempre pela direita, onde Nakajima se juntava a Angulo para colocar muitos problemas a Adrián Marin.

Um início de jogo com Iván Angulo logo em plano de destaque, com o colombiano a descer, por várias vezes, pelo flanco e a provocar desequilíbrios no último reduto dos visitantes. O Famalicão procurava responder na mesma moeda, mas sem o mesmo sucesso, encontrando as alas mais congestionadas. Os algarvios exploravam melhor as transições e Fabrício chegou mesmo a atirar à trave, apenas com Luiz Junior pela frente, num lance em que estava adiantado.

O Famalicão criou as melhores oportunidades em lances de bola parada, com destaque para uma cabeçada de Batubinsika, mas acabou por sofrer uma contrariedade, aos 20 minutos, com João Carlos Teixeira, com uma lesão muscular, a ter de ceder o lugar a Heriberto. Depois de um início bem animado, as duas equipas acabaram por levantar o pé do acelerador, fazer um compasso para recuperar o fôlego, para depois voltar a impor velocidade nos dez minutos antes do intervalo. Bruno Rodrigues cabeceou à trave, na sequência de um lançamento lateral, e, na resposta, o Portimonense acabou por chegar ao golo.

Mais uma descida vertiginosa de Angulo pela direita, cruzamento para a área, desvio de Nakajima junto ao primeiro poste, antes de Welinton surgir em carrinho o segundo. A bola ainda foi ao poste, mas na recarga, o brasileiro acabou por marcar de cabeça. Um golo, já perto do intervalo, muito festejado pelos algarvios que acabaram por ser recompensados pela ascendência que conseguiram impor no jogo.

Fama arrisca, algarvios seguros

Um Portimonense que entrou na segunda parte decidido a reforçar a curta vantagem, com uma série de oportunidades logo a abrir, com destaque para os remates consecutivos de Pedrão e Relvas. Rui Pedro Rodrigues não esperou mais e procurou desequilibrar a contenda a seu favor com as entradas de Dolcek e, sobretudo, de Banza para a frente de ataque.

No entanto, foi Wellinton que esteve muito perto de bisar no jogo, com Luiz Junior a responder com a defesa da tarde. O Famalicão ainda reclamou por uma grande penalidade, na sequência de um alegado corte com a mão de Pedro Sá na área, mas Manuel Mota, depois de rever as imagens (que não são claras), mandou seguir.

O Famalicão arriscou ainda mais nos instantes finais, à procura do empate e Riccieli, na sequência de um livre de Gustavo Assunção, atirou às malhas laterais. Já em tempo de compensação, Lucas Possignolo, que já tinha um amarelo [falha o próximo jogo com o FC Porto], viu um segundo e foi expulso. Faltavam poucos minutos para o final e os algarvios, com Relvas e Da Costa fecharam-se definitivamente na defesa da curta vantagem que oferece um estímulo gigante para a ponta final da Liga.

Foi a terceira vitória do Portimonense sobre o Famalicão esta época, uma vez que, além dos dois triunfos na Liga, há ainda a somar uma vitória, no desempate por grandes penalidades, na Taça de Portugal.