Ufa!
 
Definivamente este Sporting não é para cardíacos: mesmo quando não joga bem, como foi o caso durante grande parte do encontro com o Rio Ave, a formação de Marco Silva enche os jogos de emoção e vibração.
 
Foi enfim mais do mesmo: momentos bons alternados com momentos maus, reviravoltas no marcador, erros e golos, muito golos. Incerteza até ao fim e um sofrimento enorme, enorme.
 
O Sporting entrou aliás muito mal no jogo, lento e denunciado: falhava passes com um ritmo assustador. O Rio Ave cresceu com os erros alheios e tornou o contra-ataque uma ameaça séria. Del Valle já tinha dado um e outro aviso quando empatou o jogo, depois de ultrapassar Cedric.

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A formação leonina já estava nessa altura em vantagem, num golo caído do céu aos trambolhões: uma grande penalidade desnecessária de Prince sobre Montero. O ponto essencial aqui é que não soube capitalizar a sorte.
 
Voltou a cometer os mesmos erros, jogou mal e alimentou a fantasia do Rio Ave.
 
Nesta altura, porém, convém fazer uma pausa no comentário do jogo para perder algum tempo com a grande penalidade que Nani converteu. Essencialmente para dizer que Prince agarrou Montero, vê-se claramente. O colombiano não caiu, é verdade, mas isso não muda nada. Houve falta.
 
Provavelmente se tivesse caído o ruído seria bem menor, mas isso não muda nada, lá está. Só nos dá a certeza que o futebol português não se gere por factos, gere-se por aparências.


 
Tendo ou não caído, houve uma mão a agarrá-lo dentro da área. É falta. Curiosamente os jogadores que mais protestaram nem estavam na jogada: Diego Lopes, Tarantini, Hassan.

Certo é que a decisão de Nuno Almeida gerou uma polémica enorme e o jogo esteve parado quase cinco minutos. O delegado Miguel Ribeiro ainda foi expulso e saiu de campo aos pontapés.

Destaques: Montero o melhor e o estranho minuto 26
 
Enfim, não foi bonito, não senhor, mas combina bem com a primeira parte: muito fraca. Sobretudo a primeira parte do Sporting. O Rio Ave até criou as melhores ocasiões, sempre em contra-ataque, e pode considerar-se a ele próprio como o mais penalizado pelo empate ao intervalo.
 
A segunda parte mudou tudo: lançou um jogo frenético.
 
Marco Silva trocou o ausente Carrillo por Carlos Mané, o miúdo trouxe irreverência e velocidade ao ataque, os colegas acharam por bem seguir o exemplo dele e fizeram vinte minutos muito bons.
 
Cássio evitou por duas vezes o golo com boas defesas e Lionn tirou uma bola em cima da linha de baliza.O Sporting pressionava e asfixiava o Rio Ave com uma cadência de ocasiões admirável. Por isso, e com alguma naturalidade, marcou por duas vezes: primeiro Montero e depois João Mário.

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O jogo parecia encerrado, mas era cedo de mais. Por isso o Sporting deixou o Rio Ave voltar ao encontro, reduzir por Hassan e lançar incerteza sobre o jogo. Alvalade sofreu então.
 
Sofreu praticamente até ao fim: o Rio Ave andava sempre em cima da baliza de Patrício. Já se estava sobre o minuto 90 quando William ganhou uma bola no ataque e serviu Tanaka para o sexto golo do jogo, e o ponto final na indefinição que se arrastava até deixar os adeptos sem unhas.
 
O Sporting somou a oitava vitória da época, continua a perseguir os dez triunfos do tempo de Domingos, e regressou ao terceiro lugar. Pelo caminho bateu o Rio Ave após dois anos sem o fazer.
 
Ufa, sim. Que fartote.

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