Luís Freire, treinador do Rio Ave, em declarações na sala de imprensa do estádio dos vila-condenses, após a vitória por 1-0 frente ao Arouca, na partida que abriu a 30.ª jornada da Liga:

«Foi uma sensação normal de uma equipa que falhou uma grande penalidade. Também falhámos noutros jogos. A equipa já marcou penáltis e perdeu, já falhou e ganhou. É sim, uma grande jogada aquela que resulta no penálti. Isso é de valorizar. 

Acho que era importante darmos uma resposta forte depois do último jogo. Além de voltar às vitórias, era importante mostrar o espírito que há aqui dentro. Mais do que os jogadores, mostrámos os grandes homens que existem por trás dos jogadores. Tiveram uma atitude resiliente. Pedi-lhes que não metessem em causa o nosso nome no que respeito aos comportamentos. Os jogadores foram formidáveis e tiveram uma atitude fantástica.

Fomos mais ofensivos do que o Arouca, quisemos ligar mais o jogo. Por isso, perdemos a bola em algumas situações. O Arouca procurou sair em transições. Não me lembro de nenhuma oportunidade do Arouca em todo o jogo. Chegámos mais vezes ao último terço, mas nem por isso criámos perigo. Não definimos bem, mas conseguimos ter mais cantos e fizemos mais cruzamentos. Falhámos um penálti, a maior oportunidade da primeira parte.

Na segunda parte até ao golo só deu Rio Ave. Fomos donos e senhores do jogo e criámos oportunidades. Chegámos justamente ao golo pelo Paulo Vítor. Fomos sempre capazes de travar os contra-ataques do Arouca. A cair para alguém, o jogo tinha de cair para o Rio Ave. Fomos uma equipa ofensiva, que reagiu bem à perda e que defendeu bem. Foi uma vitória boa e saborosa, enfim, foi uma vitória do grupo.»

[O que significam duas vitórias contra o Arouca]:

«Diz que o Rio Ave joga sempre olhos nos olhos com todos os adversários. O Arouca é um oponente forte. Fizemos o nosso jogo. É certo que vamos perder bolas porque tentámos circular, estar por cima do jogo e arriscar. Não escondemos isso. Mas o Rio Ave joga sempre assim e por isso é que tem 38 pontos. Os jogadores acreditam na ideia e tentam colocá-la em prática mesmo na adversidade. Ganhámos dois jogos ao Arouca, mas perdemos dois com o Vizela.

Quero referir que sem a superação, humildade e vontade, não seria possível. Tínhamos tudo para não conseguir a vitória. Falhámos um penálti, temos vários jogadores castigados e lesionados, mas unidos, na adversidade, e com adeptos fortes atrás.... é um orgulho o que estamos a fazer. Subimos de divisão e temos 38 pontos, lançamos jovens - hoje um fez 22 anos e já tem mais de 30 jogos na Liga.»

[Sobre o golo do Paulo Vítor]:

«Imagine que o Paulo Vítor não estava motivado ou não treinava bem. Não iria entrar como entrou. Digo muito aos jogadores que eles têm o futuro nas mãos com os comportamentos que têm. O Paulo Vítor trabalhou muito para chegar a este momento. Fez certamente mais de dez jogos a titular e não marcou, hoje entrou no jogo e marcou. Só tem de continuar a trabalhar. 

Fui eu quem disse ao Hernâni para bater o penálti e não correu bem. Os jogadores vão errar assim como o treinador. A equipa é maior do que qualquer individualidade. Quando o treinador falha, os jogadores têm de o ajudar. Quando os jogadores falham, o treinador tem de aparecer. Matematicamente garantimos a permanência. O mérito é de todos. A direção foi sempre muito paciente, é uma direção que deixa trabalhar, que dá tranquilidade à equipa e que confia nas pessoas que tem nas várias áreas. Assim é mais fácil. No entanto, sem os jogadores quererem, não há boas direções ou bons treinadores.»