O futebolista brasileiro Anderson Carvalho, dispensado pela SAD do Santa Clara em janeiro, a meio da época 2022/23, apelidou a saída do plantel de «absurda», em declarações que deixaram os açorianos «surpreendidos».

«Não foi só uma grande surpresa, mas também uma coisa muito absurda. Pelo cenário e pela forma como tudo foi acontecendo, já era de imaginar uma coisa destas, porque não tinha renovado contrato», referiu o jogador de 32 anos, que estava no Santa Clara desde 2018/19 e que era capitão de equipa, em declarações ao Açoriano Oriental/O Jogo.

«A direção fez as suas opções, tendo em conta o momento que o clube estava a atravessar. Há outros jogadores com características de liderar o balneário, como Paulo Henrique, Costinha e Pierre Sagna», disse ainda Anderson Carvalho, acrescentando que desde que saiu «as coisas só têm piorado».

Em comunicado, esta tarde, o presidente da SAD do Santa Clara, Bruno Vicintin, apontou a «factos» que aconteceram na visita ao Tondela, a 15 de outubro de 2022, que ditou a eliminação da Taça de Portugal (derrota por 2-0).

«Fomos surpreendidos com a entrevista do Anderson Carvalho, ex-capitão da equipa. O motivo da dispensa do atleta Anderson Carvalho foi a quebra de confiança entre a SAD e o jogador, ocorrida após a eliminação da Taça de Portugal, contra o Tondela. Aconteceram factos naquela noite que preferimos não expor neste momento. Porém, foi uma atitude que jamais esperávamos de um atleta e capitão da equipa, ainda mais após a eliminação precoce de uma competição», refere a SAD dos açorianos.

Anderson Carvalho ainda faria mais três jogos, em novembro, mas pelo meio não esteve no jogo seguinte ao Tondela, que foi a visita a Vizela, a 23 de outubro.

«Após essa partida [ndr: Tondela], Anderson Carvalho já não foi para o compromisso diante do Vizela. Ao contrário do que Anderson Carvalho relata, o seu pedido de dispensa foi feito pela equipa técnica da altura e acatado pela direção da SAD. A referida situação em que houve quebra de confiança pelo tal facto absurdo – pois esperávamos uma atitude correta de Anderson Carvalho – resultou na consequente perda de espaço na equipa. Foi, por isso, absolutamente natural que tenha perdido espaço com as duas equipas técnicas, por tudo o que ocorreu após a partida com o Tondela», refere ainda o Santa Clara, defendendo que o atleta «esqueceu-se de relatar que esta administração da SAD liquidou todas as dívidas existentes para com ele».

«Quando chegámos ao clube, a dívida era referente a prémios de assinatura e jogos que tinham mais de três anos. E tudo, absolutamente tudo, foi pago conforme os documentos podem comprovar. Na rescisão, também pagámos os ordenados até ao final da época 2022/23 mas isso não eram valores em atraso, apesar de tal demonstrar que a rescisão dele não foi, afinal, “ridícula” e que a SAD foi justa. Relativamente aos referidos valores em atraso, ao Anderson Carvalho foram pagos: 9.500 euros líquidos de prémios de jogo da época 2021/22; 10 mil euros líquidos de prémio por ter atingido 30 jogos pelo Santa Clara em 2021/22 e que lhe deveriam ter sido pagos, no limite, em maio de 2022», finaliza a SAD do emblema açoriano.