Mesmo com a interrupção da Liga e dos treinos devido à pandemia de Covid-19, João Henriques garante que o Santa Clara «está a manter o regime semanal» habitual. O técnico dos açorianos explicou de que forma controla o trabalho feito pelos jogadores.

«No futebol, um treinador acompanha o trabalho do seu plantel através do controlo do treino. Estamos a manter o regime semanal. Mantemos as rotinas. Através de uma plataforma, estamos todos juntos em videoconferência e ministramos a sessão de treino. Antes de cada um, os jogadores têm de responder a um questionário e enviar para a equipa técnica até uma determinada hora. Depois iniciamos a sessão e, no final, caso aquele seja o único treino do dia, os jogadores preenchem um questionário relativo à perceção subjetiva de esforço, para nós sabermos como é que eles se sentiram em relação à intensidade dos treinos. Se for uma sessão bidiária, os jogadores têm de nos enviar uma tarefa, através de uma aplicação onde sabemos quais são as distâncias percorridas, assim como tempo de exercício e a intensidade em que foi efetuado. O controlo é feito através destas aplicações e plataformas e vamos controlando as sessões de treino em conjunto com as questões da nutrição. Neste sentido, foi também enviado um plano alimentar que os atletas têm cumprido, a que se junta também uma pesagem diária aos jogadores«, elucidou, em entrevista ao site da Liga.

O treinador do clube insular mostrou-se preocupado com o impacto que este pandemia vai provocar a nível económico. De forma a minimizar uma eventual crise económica, João Henriques frisou que o campeonato tem de ser retomado «mais cedo ou mais tarde».

«É um vírus desconhecido. Até haver a cura ou uma vacina contra o vírus temos todos de ser prudentes, ajudando aqueles que estão na linha da frente. Sabemos também que este vírus já está a ter um impacto terrível na economia mundial. Temos de ponderar bem aquilo que é a paragem da economia e o retorno a normalidade. Isto deixa-me muito preocupado. Tenho confiança que relativamente ao vírus, a responsabilidade da sociedade está a dar frutos e, mais cedo ou mais tarde, arranjaremos solução. Já as repercussões na economia são muito mais graves», defendeu, antes de desenvolver o raciocínio.

«A criminalidade, no futuro, poderá aumentar, fruto do desespero das pessoas não terem emprego, de terem incapacidade para sustentar as suas famílias. O desemprego e as falências das empresas também poderão acontecer e isto trará consequências graves para a nossa sociedade. O futebol não foge à regra. Isto vai sempre prejudicar todos, uns mais do que outros. O campeonato terá de regressar mais cedo ou mais tarde porque só assim a indústria do futebol poderá minimizar os estragos provocados pela pandemia. E isto é uma certeza que eu tenho. É fundamental que as pessoas tenham consciência de que nunca deixaremos de ter risco», acrescentou.