A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) reuniu hoje com diretores de segurança dos clubes de I e II Ligas de futebol, para reforçar orientações sobre o acesso e permanência nos estádios.

«A LPFP e os diretores de segurança dos clubes do futebol profissional reuniram-se esta sexta-feira, através de videoconferência, para debaterem vários assuntos da atualidade, entre os quais a nota informativa da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD), lançada esta semana», pode ler-se em comunicado da organização.

Segundo a Liga, o acesso e permanência nos estádios por parte de adeptos, da casa ou visitantes, fazem parte de questões de segurança que «serão abordadas e aprofundadas nos contactos regulares com a APCVD e com as forças de segurança».

Este reforço abre caminho a que «possam ser melhoradas as orientações referentes ao acesso e permanência de adeptos nos estádios», com as sociedades desportivas a «tomarem boa nota» da orientação, para que possam «adaptá-la à realidade de cada clube», mediante uma avaliação de risco para cada situação.

Além dos contactos, o tema «será aprofundado» pelo grupo de trabalho de prevenção e segurança em sede da LPFP.

Na terça-feira, a APCVD considerou que os promotores de espetáculos devem zelar pela segurança dos adeptos, e que o acesso aos recintos não pode estar condicionado ao uso de determinadas peças de vestuário.

«Devem os promotores dos espetáculos desportivos zelar pela compatibilização e equilíbrio das componentes "Segurança", "Proteção" e "Serviços", bem como pela facilitação de adequadas condições de hospitalidade e fruição do espetáculo desportivo no acolhimento dos adeptos visitados/locais e visitantes», escreveu aquela autoridade numa nota informativa.

Poucos dias depois de uma criança ter sido obrigada a despir uma camisola do Benfica, no estádio Municipal de Famalicão, a APCVD refere que «o mero envergamento de peças de vestuário, que se sublinha terem natureza diferente de meros adereços, e desde que não contenham símbolos, sinais ou mensagens ofensivas, violentas, intolerantes, de caráter racista ou xenófobo, não deverá ser condicionante ao acesso e permanência dos seus portadores», acrescentando que «não se considera que a sua remoção seja, por si, suficiente para garantir a segurança dos adeptos visados».

O incidente, ocorrido no sábado, foi repudiado pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, e também por Pedro Proença, presidente da LPFP.