Massacre arsenalista na pedreira. Efetivação do domínio nos descontos. Quando o quarto árbitro levantou a placa com os oito minutos de descontos, no final do tempo regulamentar, a história do jogo entre o Sp. Braga e o Rio Ave ainda se estava para escrever. A perder desde os cinco minutos, os guerreiros viraram o jogo nos descontos.
Golos dos pontas de lança, Banza e Abel Ruiz, aplicaram a alma, o coração e toda a crença guerreira no jogo, somando os três pontos – inteiramente justos – para um Sp. Braga que, também em virtude da desvantagem, dominou por completo o jogo, ainda que com muito desacerto na finalização para o caudal de jogo ofensivo produzido.
Há seis jornadas sem saber o que é vencer, o Rio Ave viu a estratégia ir funcionando. Colocou-se em vantagem, falhou um lance clamoroso no arranque da segunda metade e festejou o segundo golo, mas que foi anulado. Agitou as águas a equipa de Vila do Conde, mas não aguentou com a turbulência final. Continua na cauda da tabela.
Rio Ave agita as águas logo aos cinco minutos
Sentido único jogo, sufoco ao Rio Ave e uma série de lances de finalização com perigo por parte do Sp. Braga. Estas três premissas são uma espécie de sinopse daquilo que foi a primeira metade do jogo na pedreira, com o conjunto da casa a ter o domínio absoluto do jogo, com momentos de verdadeiro massacre.
Vários momentos, que tiveram apenas relativo perigo, podiam ter sido lances de golo caso o momento da decisão fosse trabalhado de forma mais convicta por parte da equipa de Artur Jorge que, apesar do domínio, foi para o intervalo em desvantagem. Os arsenalistas começaram a esmagar o Rio Ave já a turma de Vila do Conde estava na frente.
Aos cinco minutos, numa incursão ofensiva em que Costinha ganhou a linha de fundo com facilidade e, com tempo para tudo, fez o passe com as medidas certas para Leonardo Ruiz finalizar na pequena área perante o olhar de Matheus e de Joe Mendes. Mas, até nem foi um lance propriamente fortuito: instantes antes já o guarda-redes bracarense fazia uma defesa apertada. Os vilacondenses agitaram as águas, ficando à mercê da corrente forte e turbulenta imposta pela equipa da casa.
Salto para os descontos, com muito Roger
Mérito também para o Rio Ave pela forma como chegou ao golo, e como se organizou, mesmo que por vezes tenha passado por calafrios em que a falta de arrojo arsenalista na finalização foi um aliado. Fez por manter a estratégia o conjunto de Luís Freire e, no arranque da segunda parte quase chegou ao segundo golo. Lance idêntico ao que deu golo, só que desta vez Leonardo Rui assinou uma perdida incrível que pôs em sentido o Sp. Braga.
O resumo da segunda parte é igual ao da primeira, caro leitor. Domínio do Sp. Braga, muitos remates, diferencial de posse de bola abismal e a bola que não entrava. Passemos para o epílogo da história: os descontos. Em oito minutos tudo mudou, com muita crença, muita vontade e muito Roger.
O jovem jogador de apenas dezassete anos saiu do banco para ser a figura do jogo. Assinou vários lances de perigo e tirou os cruzamentos da direita que permitiram a Banza e a Abel Ruiz finalizar e dar o triunfo ao Sp. Braga. Arrancado a ferros, mas com alma, foi nos descontos que o conjunto de Artur Jorge se manteve no trilho dos triunfos após a vitória épica a meio da semana para a Champions, frente ao Union Berlim.