Muito perto de ser reforço do Benfica para a próxima temporada, como o Maisfutebol já noticiou, Helton recuperou este ano a titularidade perdida no Boavista depois de uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito tê-lo afastado dos relvados na segunda metade de 2018/19.

Em entrevista ao Globoesporte, o guarda-redes brasileiro escusou-se a falar sobre uma possível transferência para o clube encarnado e preferiu focar-se nos objetivos traçados pelos axadrezados até ao final da época. «Primeiro, vamos bater os 38 pontos [n.d.r.: ao alcance de uma vitória esta terça-feira sobre o FC Porto]. A partir daí vamos reformular os nossos objetivos. O futebol aqui [em Portugal] é muito diferente. Fora daquelas três equipas que detêm o poderio financeiro e desportivo da Liga - Benfica, FC Porto e Sporting - os outros vivem do dinheiro da televisão e da venda de atletas. O Boavista é um clube histórico. Tirando os três grandes é o que foi campeão mais recentemente. Só cinco clubes foram campeões. O Belenenses em 1946 e o Boavista em 2001. O clube está a reerguer-se depois de uma crise financeira e administrativa que o despromoveu», afirmou o guarda-redes de 29 anos.

Helton Leite falou de um país muito diferente do Brasil e no qual a língua é a única semelhança. «O resto é completamente diferente. Outra cultura em termos de abordagem ao jogo, ao atleta, da maneira de ver, de pensar o jogo. Não estou a falar que é melhor ou pior», referiu, apontando o exemplo de uma equipa bem conhecida dos brasileiros e, agora também, dos portugueses. «Dá para ver isso claramente com o Jorge Jesus. Se peguntar para um jogador do Flamengo, ele vai dizer que é um mundo completamente diferente com ele.»

E acrescentou: «A cobrança de responsabilidade do dia a dia é um mundo novo. A maneira como se encara o trabalho. Quando chegamos ao clube recebemos um relatório de dez páginas com as multas estipuladas. Temos de cumprir. Se nos atrasamos, cobra-se», concluiu.