Pulmões cheios de ar, alma renovada e confiança para o futuro. O Gil Vicente sai do D. Afonso Henriques com um triunfo confortável (2-4) e salta para fora da linha de água, onde estava mergulhado. Numa das melhores exibições da temporada, com uma entrada forte no jogo, O Gil Vicente deixou o Vitória atordoado.

De forma difícil de imaginar, aos 25 minutos de jogo os gilistas ganhavam por duas bolas a zero, estando em superioridade numérica após expulsão de Mumin. O Vitória jogou 75 minutos em inferioridade numérica e ainda tentou reentrar duas vezes em jogo, mas nas duas ocasiões levou uma estocada imediata, não tendo capacidade para lutar pelo resultado.

Jogo de nervos, de incidências e, como se diz na gíria, impróprio para cardíacos com seis golos, uma expulsão e dois penáltis. O Vitória respondeu na segunda parte ainda volta a reduzir a desvantagem e ameaçou novamente entrar no jogo, mas voltou a sofrer de pronto, falhando depois uma grande penalidade por André André no jogo em que cumpriu o jogo duzentos na Liga.

Entrada surpreendente do Gil

Para o sucesso do Gil Vicente em muito contribuiu a entrada arrebatadora dos homens de Ricardo Soares. A meias com uma inércia difícil de explicar por parte do V. Guimarães, a turma de Barcelos entrou personalizada, com critério e, sobretudo, com mais crença e mais vontade.

Ameaçou o golo o Gil Vicente, e teve na expulsão de Mumin, aos quinze minutos, o conforto que faltava para assumir efetivamente o seu domínio num cenário que seria difícil de imaginar. Pedro Marques fez o primeiro dos barcelenses aos vinte minutos, após um bom trabalho de Fujimoto, o segundo foi de Lourency apenas seis minutos depois num momento em que o Vitória estava completamente de cabeça perdida.

Tranquilo, o Gil tinha o jogo na mão, controlava as incidências e controlava por completo um Vitória a cometer em erros em catadupa e sem condições anímicas para reentrar no jogo. Um rasgo individual de Rochinha a cinco minutos do intervalo, em que deixou meia equipa gilista para trás, devolveu o Vitória ao jogo.

Lance de classe técnica do atacante que, foi traído numa grande penalidade sofrida por Talocha que o próprio cobrou com êxito, levando o Gil Vicente com uma vantagem de dois golos para o descanso.

Resposta e contrarresposta

Cenário difícil de encarar por parte da equipa da casa, com dois golos de desvantagem e com menos um elemento em campo, perante um Gil tranquilo. Alterou-se um pouco o figurino no segundo tempo, por força da mudança de atitude das duas equipas.

Recuou o Gil Vicente, foi para cima o Vitória, acabando o jogo em cima do adversário. A jogar com uma linha de três defesas João Henriques viu Lameiras reduzir novamente a desvantagem, mas Mineiro tratou de rapidamente fazer o quarto do Gil na sequência de um canto.

Somou cantos o Vitória, desperdiçou uma grande penalidade e construiu vários lances ofensivos. Mais com o coração do que com a cabeça, é certo, ainda assim sem conseguir tirar os três pontos a um Gil que mesmo baixando em demasia as suas linhas quando não tinha necessidade, ainda podia ter ampliado a vantagem em contragolpe.

Continua numa fase o Vitória, perdendo terreno para a frente e vendo os de trás aproximarem-se. Respira o Gil, enche os pulmões de ar e ganha novo ânimo na luta pela permanência.