O Vitória entrou na nova época aos solavancos. Caiu com estrondo das provas europeias, ficou sem treinador após a primeira jornada, teve um treinador interino no banco na segunda e este domingo apresentou-se na estreia de Paulo Turra sem treinador no papel. Mas, aos solavancos consegue progredir e somou, diante do Vizela, a terceira vitória em outras tantas jornadas.

Triunfo num duelo de vizinhos por duas bolas a zero, com João Mendes e André Silva em plano de destaque, fazendo o pleno de vitórias. É líder, sendo a primeira equipa da Liga a conseguir três triunfos consecutivos. Sendo superior ao Vizela, que soma apenas um ponto nas três primeiras jornadas, os vimaranenses apenas efetivaram o domínio na segunda metade.

Com Paulo Turra a aparecer como delegado na ficha de jogo naquela que foi a suas estreia no comando técnico, o Vitória foi a jogo com o mesmo sistema utilizado até agora. João Mendes foi a única novidade no onze, por troca com Dani Silva, acabando por ser o Vizela a mostrar diferenças em relação ao que tem sido a sua face habitual, aparecendo com um defesa de cinco elementos.

Xadrez: Vitória sem peças para fintar a pressão vizelense

O embate entre vizinhos começou por arrancar um grande bocejo no D. Afonso Henriques. A equipa vizelense organizou-se de uma forma diferente do habitual, apostando claramente numa defesa com cinco elementos. Escoval apareceu entre Bruno Wilson e Anderson, sendo a forte pressão a principal arma de Pablo Villar.

Na antevisão ao jogo o técnico do Vizela perspetivava dificuldades em perceber como se comportaria o Vitória com Paulo Turra ao leme, mas foi precisamente o Vizela a mostrar um figurino em campo. Com mais bola, demonstrando mais iniciativa, o Vitória deixou-se cair na teia adversária.

Faltou lucidez com bola e capacidade para fugir à pressão musculada dos vizelenses, que com a sua estratégia anularam a iniciativa adversária. Os lances de perigo foram, por isso, praticamente nulos na primeira metade do encontro, sem que Vitória e Vizela ousassem abanar as redes.

João Mendes e André Silva: as mesmas peças, outra dinâmica

Um figurino que mudou na segunda metade, e nem foi preciso mudar as peças. O Vitória voltou a estar por cima, conseguindo dar corpo à sua superioridade com dois nomes a destacarem-se: João Mendes e André Silva, que se entenderam na perfeição – invertendo papeis – e somaram um golo e uma assistência cada.

João Mendes foi o desbloqueador do encontro, ao fazer André Silva abrir o ativo com um lance individual de fino recorte técnico. O médio invadiu a área pelo lado esquerdo, levando a bola até à linha de fundo com simulações para cruzar para a cabeça de André Silva encostar de forma letal. Treze minutos depois o segundo. Erro do Vizela a sair a jogar, recuperação do Vitória com André Silva a isolar João Mendes, que perante a saída de Buntic estreou-se a marcar com a camisola vimaranense.

A estreia aziaga de Nuno Santos que foi expulso cinco minutos após entrar em campo, terá sido o momento menos bom da tarde do Vitória, que teve de se submeter a tarefas mais defensivas nos derradeiros dez minutos, quando esteve em inferioridade numérica. Notou-se, aí, a falta de recursos de um Vizela que se preparou para defender. Na próxima ronda o V. Guimarães desloca-se ao Estádio da Luz com três vitórias em três jornadas.