A Liga portuguesa é aquela em que se joga menos tempo por jogo. A análise foi realizada pelo insuspeito CIES, que chegou a esta conclusão depois de olhar para 37 competições que se realizam na Europa.
Quem assistiu ao Vitória-Santa Clara, sobretudo pelo que se viu na primeira parte, dificilmente poderá estranhar os resultados deste estudo. Ao fim dos primeiros 45 minutos, a contabilização de faltas já ultrapassava as duas dezenas.
O duelo entre sadinos e insulares tinha condimentos q.b. para ser um bom espectáculo. As duas equipas entraram para a 14.ª jornada em igualdade pontual e com o mesmo saldo de golos. O que estava em cima da mesa – o sexto lugar, ainda que à condição – também aguçava o apetite, mas só a segunda parte acabaria por corresponder minimamente às expectativas.
Escrevemos-lhe acima acerca do pouco tempo de que jogou na primeira parte. Não ficará o leitor espantado se, na hipótese de ainda não ter visto o resumo do jogo, lhe contarmos que o golo inaugural nasceu de uma falta.
Aos 15 minutos, Dankler usou o braço esquerdo para ganhar volumetria e assim travou um remate de Fernando. Osama Rashid atirou para o 1-0 dos visitantes.
Até essa altura, o Vitória até estava a ter mas iniciativa de jogo, mas o que se seguiu foi um bloqueio quase total do conjunto de Lito Vidigal e o crescimento gradual do Santa Clara, cada vez mais confiante e a jogar com a pressa (e os nervos) dos sadinos, agastados pelas constantes paragens de jogo.
Depois de uma primeira parte inconsequente e só com uma tentativa de remate (prensada) já perto dos descontos, o Vitória apresentou-se diferente na etapa complementar.
Mano e Cádiz foram lançados logo para o reatamento. O avançado venezuelano ainda introduziu, em posição irregular, a bola na baliza açoriana e, na resposta, o Santa Clara chegou ao 2-0 por Fábio Cardoso, na recarga a uma abordagem deficiente de Cristiano.
Golpe duro para a equipa da casa, que foi melhor nos segundos 45 minutos e fez por merecer um golo que a revitalizaria para o encontro. Entre os 64 e os 68 minutos, foram três as tentativas do Vitória, uma delas salva por César em cima da linha de golo.
Numa tarde de reencontro – com vários jogadores do Santa Clara a defrontarem a antiga equipa – o Santa Clara foi mais feliz e aproveitou para descolar dos sadinos na classificação e chegar aos 20 pontos ainda antes do Natal.
Haverá melhor prenda do que esta na temporada de regresso ao convívio dos grandes ao cabo de tantos anos?
