A propósito do 20.º aniversário da polémica transferência do Barcelona para o Real Madrid, Luís Figo concedeu uma longa entrevista ao As na qual recordou todo esse processo.

Ao contrário do que tem sido veiculado, o antigo internacional português nega ter tentado voltar atrás no compromisso assumido com Florentino Pérez, na altura recém-eleito presidente dos merengues.

«É mentira. Nunca falei com o Núñez [presidente do Barcelona na altura] depois de terminar o Europeu nem quando fui de férias para a Sardenha. Nem com o Núñez nem com Gaspart [sucessor de Núñez]. É totalmente mentira. Aconteceu mais o contrário», disse.

«Depois das eleições no Barça, Gaspart aproveitou o facto de um jornalista conhecido do Sport ir para a Sardenha para me enviar uma carta assinada na qual me oferecia a mesma coisa que o Real para eu ficar e em que assumia o valor de uma eventual compensação», revelou.

Figo assumiu depois alguma mágoa pela forma como saiu do Real: «As coisas não foram claras. Faltava-me um ano de contrato e de repente comecei a deixar de ser titular a três meses do final da época. Precisamente na semana do Real Madrid-Barcelona. A partir dessa altura tornei-me suplente e a situação mudou.»

Ainda assim, o antigo médio não descarta um regresso ao clube blanco.

«Não se pode dizer nem que sim nem que não. O passado está aí, sei como estão as coisas, mas nunca voltaria para ser um cone, voltar por voltar... isso é claro», disse Figo, que elogiou ainda Zidane: «Fiquei surpreendido quando ele quis ser treinador. (…) Mas assim que tomou essa decisão deixou de ser surpresa, sei que Zidane tem um dom.»

Figo falou ainda sobre a saída de Cristiano Ronaldo do Real: «O Cristiano foi muito importante para o Real e o Real para o Cristiano. É insubstituível. Mas o Real arranjou mecanismos para ganhar sem ele.»