Luís Nascimento, irmão de Bruno Lage, está a trabalhar pela primeira vez com o irmão mais velho no Wolverhampton e, entrevista ao canal do clube, manifestou-se surpreendido com a estrutura e profissionalismo do clube inglês, com especial ênfase para a cozinha que os lobos proporcionam aos seus profissionais.

O treinador de 42 anos começa por dizer que ainda não conhece bem a cidade que é representada pelo clube onde trabalha. «Nós praticamente não saímos do centro de estágio. Trabalhamos desde muito cedo até muito tarde. Depois temos é que descansar. Ao centro da cidade, acho que nunca fui, nós moramos todos aqui na periferia, mais perto do Compton. Pontualmente, vamos a um ou outro restaurante. Mas, é ir e voltar. E isso foi mais no início. A verdade é que, até por causa da pandemia, nós não podemos expor-nos a este tipo de situação. Temos que preservar aquilo que é a bolha do clube e os nossos objetivos», conta.

A adaptação ao clube, apesar das restrições impostas pela pandemia, até correu bem, pior foi a adaptação ao clima inglês. «Tem sido o mais difícil. Neste momento estamos naquela fase em que já nevou. A única coisa que temos a certeza é que, quando perguntamos aos jogadores se isto vai melhorar, eles dizem-nos que não», comentou.

Em sentido contrário, Luís Nascimento está rendido à cozinha dos Wolves. «Costumamos dizer a brincar, mas estamos a falar a sério quando afirmamos que um dos melhores departamentos que o clube tem é efetivamente a cozinha. O clube faz ali um grande investimento, com produtos e refeições de grande qualidade. Até aí se vê a sensibilidade das pessoas. Para ter uma noção, hoje comemos ao almoço uma sopa da pedra. Eles têm essa preocupação. Fazem muitas vezes pratos de bacalhau, para irem também ao encontro não só da equipa técnica, mas também de alguns jogadores portugueses. Há sempre uma grande variedade de pratos. Ao almoço temos ali sempre alguns cozinheiros a fazer pastas na hora… Isso aí nós não nos podemos queixar», destaca.

Luís Nascimento conta ainda que esta é a primeira vez que trabalha em equipa com o irmão. «Nunca tinha trabalhado com o Bruno, diretamente. Trabalhamos em simultâneo no Benfica, mas em equipas técnicas distintas. Eu estive no Benfica durante 14 anos, treinei todos os escalões, desde os sub-11 aos sub-19, mas nunca diretamente com ele. Houve um ano em que estivemos mais próximos, em termos profissionais, quando ele era treinador dos sub-15 e eu dos sub-14», conta.

A finalizar, Luís revela como é trabalhar com o irmão mais velho. «Em termos profissionais não há diferença nenhuma naquilo que é trabalhar com o Bruno ou com outro treinador. Agora, obviamente, do ponto de vista emocional, por muito que eu queira ser o mais isento possível, não é fácil desligar também esse lado. Eu até sou uma pessoa que consegue separar bem as coisas. Mas, às vezes, no calor do jogo, não é fácil. Uma das coisas que decidimos, e até fui eu que falei nisso, é que o Bruno é meu irmão da porta para fora. Aqui dentro é meu chefe, é o treinador da equipa e tudo aquilo que ele precisar da minha parte», destacou ainda.