Amigos de longa data, Ricardo Pereira e Afonso Figueiredo fizeram questão de preparar a conversa em com o Maisfutebol no instagram.

Algumas horas antes do direto, Ricardo até pregou uma partida ao jornalista-anfitrião, quando a chamada para confirmar tudo foi atendida pela namorada do internacional português do Leicester, que disse jurou que era engano e que o número estava trocado.

Para além disso os dois jogadores ainda combinaram ir lançando uns emojis durante a conversa, só para deixar o jornalista baralhado.

Assim se viu a cumplicidade de uma dupla que se juntou nas camadas jovens do Sporting, em 2004.

«O Ricardo era um miúdo muito tímido. Estava a ser disputado por Benfica, Porto e Sporting quando o conheci. O nosso treinador disse para irmos todos falar com ele, para ver se ele ia para o Sporting, e depois lá foi ele», recorda Afonso Figueiredo.

«O Afonso sempre foi muito traquina. Quando cheguei ao Sporting era um betinho, de aparelho. Agora parece um sem-abrigo», retorquiu Ricardo.

Ricardo começou a jogar no Futebol Benfica, mas depois juntou-se a Afonso Figueiredo no Sporting. Os caminhos separaram-se mais tarde, na reta final da formação, e os dois amigos até foram adversários no Minho.

«O Afonso que fale do penteado que usou num V. Guimarães-Sp. Braga, quando eu estava no Vitória e ele no Braga. Ele já usou tranças e de vez em quando rapa o cabelo, como agora, mas que fale dessa vez. Os adeptos do Vitória adoraram-no», referiu Ricardo, em jeito de desafio.

«O meu primeiro jogo pelo Braga foi logo contra o Vitória. Eu que achava que o Sporting-Benfica era forte, percebi logo que no norte era mais intenso. E era na formação! Um ambiente incrível, com o complexo do Vitória cheio. Nesse jogo decidi fazer uma crista e rapei o resto com a gillette. Fui para lá agressivo mas passei o jogo todo a ser gozado pela claque do Vitória, a chamarem-me papagaio», recordou Afonso, antes de recuperar outro dérbi.

«Estávamos apurados para a fase final e o Vitória foi a Braga no último jogo, a precisar de três pontos para o apuramento. Decidimos escrever uma faixa a dizer "boa sorte na fase de descida" e colocar na bancada, e depois o Vitória ganhou 1-0 no último minuto», recordou.

Ricardo e Afonso não voltaram a jogar juntos, mas a amizade ficou. Resistiu até a problemas alimentares.

«O Ricardo é um péssimo cozinheiro. Uma vez convidou-me para ir jantar a casa dele e a minha mulher até ficou com uma intoxicação alimentar», revelou o lateral do Desportivo das Aves.

A fechar a animada conversa os dois jogadores responderam ao desafio de formar uma equipa de cinco com antigos ou atuais colegas.

Afonso escolheu Costil, Rúben Semedo, Gourcuff e Carlos Vinícius para a sua equipa, sob o comando de Rui Jorge.

Ricardo apostou em José Sá, Paulo Oliveira, Ben Arfa e Jamie Vardy, com orientação de Luís Castro.