O primeiro-ministro frisou, esta quinta-feira que «não há nenhum problema» com a comunidade cigana e criticou o deputado do Chega, André Ventura, que «foi de trivela» e levou «um baile do Quaresma», em referência à resposta do jogador. 

Durante o debate quinzenal que decorreu na Assembleia da República, o deputo único do Chega questionou António Costa se «concorda ou não que há um problema com a comunidade cigana em Portugal», questionando também o que pensa fazer «com o reiterado incumprimento» às normas de confinamento por causa da pandemia de Covid-19. 

«Não, não há um problema com a comunidade cigana em Portugal. Agora o senhor deputado é que tem um problema, é que já foi de trivela», respondeu o chefe de governo, numa referência à resposta de Quaresma, que tem como imagem de marca a trivela.

António Costa concretizou que existem sim problemas «com pessoas que cumprem ou não cumprem as normas sanitárias».

«E a resposta que temos que ter com qualquer dessas pessoas, qualquer que seja a sua etnia, qualquer que seja o seu local de vida, qualquer que seja a sua origem, qualquer que seja a sua religião, qualquer que seja a sua raça, é muito simples, a lei é para cumprir e deve ser aplicada a todos por igual», salientou.

André Ventura insistiu no tema e acusou o primeiro-ministro de fazer uma piada, ao que este respondeu dizendo que «não disse uma graça, mas disse mesmo aquilo que é verdade». 

«O senhor deputado resolveu criar um caso de uma parte importante dos portugueses, que é a comunidade cigana, como se eles fossem estrangeiros e não sabendo que há séculos que eles são tão portugueses como qualquer um de nós», assinalou, considerando que aquilo que deputado do Chega «teve foi uma resposta à altura de um grande campeão nacional e de um grande jogador da nossa seleção», referiu antes de acrescentar.

«É ter muito mau perder quando, depois de levar um baile do Quaresma, a única resposta que teve para dar foi dizer que, sendo jogador da seleção nacional, só tinha obrigação de estar calado», contrapondo que «o direito à palavra e o direito à opinião é uma liberdade de todos».

De resto, também Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, tocou no assunto, referindo mesmo que «as ideias racistas de André Ventura hão  ir para o balde do lixo de onde nunca deviam ter saído».