Manuel Machado, treinador do Nacional, em declarações no final do empate (0-0) em casa com o Olhanense:

«Assistimos a um jogo interessante, com o resultado sempre em aberto, com duas partes distintas, na medida em que foram jogadas, a primeira, cerca de meia hora com onze para onze, e, depois, um hora em inferioridade numérica.

A primeira parte foi de equilíbrio, com o jogo repartido e situações nas duas metades do campo. Quer o guarde-redes do Olhanense, quer o do Nacional tiveram um conjunto de intervenções, sendo que a mais notável foi aquela em que o guarda-redes do Olhanense se opôs ao Djaniny no um contra um. Independentemente dos últimos minutos terem sido jogados já em inferioridade, foram bastante diferentes.

Já no segundo tempo, mesmo jogando com menos um homem, o Nacional optou por uma estratégia que funcionou muito bem. A introdução do João Aurélio, deixando dois jogadores a jogar nas linhas para dentro equilibrou o meio-campo.

Se contabilizarmos aí as intervenções dos guarda-redes, veremos que o Gottardi fez zero, e o guarda-redes do Olhanense tirou três ou quatro bolas de golo. Não conseguimos ultrapassar esse último obstáculo e por isso acabamos por repartir os pontos, que é o que tem que se aceitar.

Neste quadro, o somar mais um ponto é positivo. Não sendo o resultado que queríamos desta jornada, ela acaba por ser positiva.

Estamos a dar passos no sentido positivo. Agora há mais um passo para que o progresso apresentado nos últimos dez anos possa ser consolidado. Estou a referir-me à profissionalização dos árbitros. Esperemos que ela possa contribuir para que eles sejam mais disponíveis para trabalhar mais e serem mais eficazes.

Relativamente aquilo que o quarteto de arbitragem aqui fez hoje, na generalidade está dentro daquilo que é normal, mas tem de fato um momento que é perfeitamente desajustado daquilo que se estava a passar. O Aly tem a frente do jogador. O jogador do Olhanense que acaba por entra no duelo não está enquadrado nem tem a posse de bola, temos jogadores a fazer a cobertura pelo espaço interior e por isso não me parece que nessas circunstâncias se possa aplicar um cartão vermelho, como o Duarte Gomes acabou por fazer.

Felizmente para nós o prejuízo não foi muito, mas podia ter sido muito maior. Espero que o progresso da arbitragem permita que os árbitros não cometam tantos erros como aquele primário que o Duarte Gomes aqui cometeu ao expulsar o Aly aos 28 minutos, a condicionar o jogo, a condicionar o nosso trabalho e, de alguma maneira, o espetáculo desportivo.»