O Marítimo vingou-se da eliminação da Taça de Portugal e, num jogo muito sofrido, venceu o V. Guimarães graças a um golo de Danilo Dias e a uma enorme exibição de Salin.

As esperanças insulares em chegar a uma qualificação europeia eram ténues, mas esperava-se um Marítimo decidido a alcançar a quarta vitória caseira da temporada, da mesma forma que era expectável um Vitória acutilante para defender o quinto lugar na tabela.

Puro engano! A primeira parte arrastou-se durante 45 minutos, com poucas oportunidades de golo e com um ritmo lento que parece ter contagiado o público, estranhamente silencioso na etapa inicial. De qualquer forma, embora este fosse a tónica geral da primeira parte, houve alguns (poucos) motivos de interesse.

Perante a incapacidade das equipas em construir lances com princípio, meio e fim, o primeiro sinal de golo nasceu, como seria de esperar, de um erro individual. Igor Rossi escorregou quando tinha a bola controlada, Amidó Baldé roubou-lhe o esférico, mas , no cara-a-cara com Salin permitiu uma intervenção enorme do francês (22 min).

A resposta dos insulares foi, no mínimo assertiva. Rúben Ferreira, de regresso após dois jogos de ausência, mostrou qualidade, ganhou a linha de fundo e descobriu Danilo Dias no poste mais distante para dar vantagem aos verde-rubros (31 min).

A vantagem maritimista caiu mal nos vitorianos que, por isso, demoraram algum tempo a digerir o murro e, por conseguinte a reagir em busca da igualdade. Também por isso, os vimaranenses apenas conseguiram ripostar na sequência de lances de bola parada, momentos em que o futuro dragão Tiago Rodrigues assumiu todo o protagonismo. Primeiro na conversão de um livre directo que passou perto do poste da baliza de Salin (35 min) e, logo a seguir, a cozinhar um pontapé de canto directo que ia fazendo com que Salin borrasse a pintura (36 min).

No meio de todo este emaranhado, como diz o ditado popular, um dos melhores momentos estava mesmo guardado para o fim. Rúben Ferreira encheu, literalmente, o pé direito, numa espécie de gesto contranatura por ser canhoto de gema, e promoveu a intervenção da tarde a Douglas que voou para a bola (40 min).

Atacar sem marcar não dá pontos

O intervalo fez bem a formação de Rui Vitória que abordou a segunda parte com mais acutilância do que havia feito na etapa inicial. Sem oportunidades flagrantes de golo, os melhores cheirinhos a golo surgiram na sequência de cruzamentos para área, como foi o caso de um desenhado por Leonel Olímpio (55 min) que contou com um voo magistral de Salin, ou de remates de meia distância, protagonizados por André e Olímpio (55 e 56 min), sem, no entanto, a mira afinada.

Os homens da Cidade Berço continuaram a utilizar as mesmas fórmulas e estiveram perto do golo na sequência de um cruzamento de Kanu que Soudani desviou, mas Amidó Baldé não conseguiu desviar para o empate (61 min).

O Marítimo esteve 20 minutos para conseguir entrar na área do Vitória de Guimarães e fê-lo através de um pontapé de canto conquistado por Suk (64 min), mas sem perigo. Até por isso, os vitorianos foram acreditando e Tiago Rodrigues, num remate forte e colocado, obrigou Salin a aplicar-se (min 69). Pouco depois, foi Soudani a rematar forte, depois de uma jogada em alta rotação de Ricardo, valendo o desvio de Briguel.

À entrada dos últimos dez minutos o mesmo Soudani foi protagonista de um grande falhanço quando não conseguiu empurrar para o fundo das redes o bola em plena pequena área (79 min). E quando não era a falta de pontaria a trair os avançados do Vitória era Salin a encher a baliza, como fez a remate de João Ribeiro (85 min).

O melhor que se viu do Marítimo foi um enorme falhanço de Rafael Miranda depois de uma assistência fantástica de Heldon (87 min). Rui Vitória pode queixar-se de falta de eficácia, mas a verdade é que o Vitória ficou a zeros e, por isso, perdeu três pontos nos Barreiros. O Marítimo marcou e soube sofrer, mas ficou fora da Liga Europa.