O ciclista português Iúri Leitão, que se sagrou campeão europeu de scratch esta sexta-feira, no Campeonato da Europa de pista de Apeldoorn, nos Países Baixos, falou do título como «uma recompensa» pelo trabalho.
O agora único tricampeão europeu de scratch destacou a relevância de «começar um ano tão importante como este com o pé direito», numa alusão aos Jogos Olímpicos Paris 2024. «Depois do bom desempenho no madison [ndr: quarto lugar com Rui Oliveira], vencer o scratch é muito encorajador para tudo o que temos pela frente neste ano, e é a recompensa por todo o trabalho que temos vindo a realizar», explicou, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.
O ciclista de 25 anos, que terminou a prova em 16 minutos e 40 segundos, a uma média de 54 quilómetros por hora, explicou ainda a gestão de forças antes do ataque fortíssimo a nove voltas do fim, que deixou a concorrência batida.
«Quando senti que os meus adversários estavam desgastados, fiz a minha jogada e resultou», disse, falando numa corrida «muito mexida» e a exigir «sangue frio, para não gastar energia demasiado cedo».
Leitão, natural de Viana do Castelo, bateu o austríaco Tim Wafler, segundo após retificação dos comissários da classificação, e o dinamarquês Tobias Hansen, terceiro, para dar a Portugal a primeira medalha nesta edição dos Europeus.
O atual campeão do mundo de omnium, disciplina olímpica, soma este título europeu aos já conquistados, na mesma disciplina, em 2020 e 2022, conquistando a sétima medalha em campeonatos da Europa. Em 2021, Rui Oliveira foi o campeão da Europa desta disciplina.
Gabriel Mendes: «Corrida fantástica»
O selecionador nacional, Gabriel Mendes, destacou a «corrida fantástica» do seu ciclista, numa prova «muito movimentada e difícil» que se resolveu «de forma exímia».
«Conseguiu surpreender com um ataque extremamente forte e é campeão da Europa com muito mérito», declarou o técnico, analisando ainda o oitavo lugar de Maria Martins no concurso olímpico do omnium, que lhe permite continuar no trilho do apuramento para Paris 2024, depois de ter estado em Tóquio 2020.
«Está de parabéns. No contexto da qualificação olímpica, demos aqui um bom contributo para o apuramento, aumentando a diferença para as nações que estão fora dos lugares de qualificação», analisou.
No sábado, Portugal terá em ação Daniela Campos, nos pontos, e Maria Martins, na eliminação, de que foi bronze nos Europeus de 2020, com Rui Oliveira em ação no omnium.