Steven Vitória, central do Desportivo de Chaves, destacou o regresso do Canadá a um Mundial, 36 anos, que entende como parte de uma mudança que está em curso.

«Sinto que estamos a escrever a história do futebol no país. Fomos vendo ao longo da qualificação que a malta se começou a juntar e a mudar a mentalidade [do Canadá]. Além de o país ser muito grande, tem muitos desportos diferentes e que, muitas vezes, ficavam à frente do futebol. Hoje em dia, é diferente. Ver isto e sentir essa energia toda, é mesmo gratificante», confessou em entrevista à agência Lusa.

Este será o segundo Mundial dos canadianos, depois de uma primeira participação em 1986, no México.

«Sentimos que esta é uma altura que pode e está a mudar o país para sempre. É lindo fazer parte deste crescimento e desta mudança. É muito gratificante e um motivo de pura felicidade ver como o país se está a transformar à volta da seleção», vincou.

Convocado para representar o Canadá no Qatar, Steven Vitória acredita que a chamada se deve ao trabalho coletivo que tem desenvolvido em Chaves, mas, também, nos clubes em que passou anteriormente.

«Quando estamos felizes num clube, e num grupo de trabalho, onde essa felicidade é constante, a par da qualidade do trabalho do dia-a-dia, podemos acreditar e sonhar. As coisas acabam por acontecer e fico superfeliz com o que se está a passar, não só com este momento do [Desportivo de] Chaves, como com o passado mais recente, com os clubes onde passei. Este momento não é só meu, nunca seria possível [de alcançar] sozinho. Há muita gente envolvida», sublinhou.

No Grupo F, o Canadá vai enfrentar as duas equipas que fecharam o pódio em 2018, a vice-campeã Croácia e a ‘medalha de bronze’ Bélgica, bem como a seleção de Marrocos. Steven Vitória não espera «fragilidades», nem «facilidades».

 

«Não esperamos fragilidades ou seleções mais fracas. Claro que sabemos que há algumas mais habituadas a estas competições, que marcam presença em mundial após mundial. Vamos defrontar os melhores do mundo», realçou.

«Não vamos só para participar. Não estou à espera de facilidades, mas não podemos temer a concorrência. Isto é um sonho, devemos desfrutar e não há nada melhor do que trabalhar para estarmos mais próximos de ganhar. É esta a nossa mentalidade, a nossa atitude. Queremos ter uma palavra a dizer neste mundial», concluiu.

Com 35 anos, o defesa central vestiu a camisola da seleção canadiana em 34 ocasiões, depois de ter sido internacional sub-19 e sub-20 por Portugal.