Fazer história não foi suficiente.

A Tunísia fez o que nunca tinha feito e bateu a França por 1-0. O triunfo histórico acabou por não ser suficiente, visto que a Austrália derrotou a Dinamarca (1-0) e assegurou o segundo lugar.

Já apurada e praticamente com o primeiro lugar no bolso, a campeã mundial «poupou» as principais figuras. Mbappé, Lloris, Giroud, Griezmann, Upamecano, enfim, ficaram no banco. Apenas Varane e Tchouaméni repetiram a tiularidade em comparação com o jogo contra a Dinamarca.

Por sua vez, Kadri mudou seis jogadores e tornou a equipa tunisina mais ofensiva - ainda à procura do primeiro golo na prova. Não foi preciso esperar muito para a Tunísia marcar, mas o cabeceamento certeiro de Meriah não contou por fora de jogo (9m).

Apesar de o golo não ter valido, os africanos continuaram a ser superiores e foram sempre quem esteve mais perto de marcar. A França, que teve Camavinga como lateral-esquerdo, Fofana, Veretout, Tchouaméni e Guendouzi no meio-campo, e Coman e Kolo Muani na frente, nunca se encontrou. Processos lentos, pouca agressividade, falta de ligação entre setores, enfim, foi uma exibição má de princípio a fim.

Quem aproveitou foi a Tunísia. Khazri e Slimane não foram capazes de superar Mandanda nos minuto finais da primeira metade. No entanto, a história foi diferente na etapa complementar. Embora os gauleses tenham subido os níveis de agressividade, os tunisinos continuaram por cima e abriram o marcador aos 58 minutos.

Wahbi Khazri, figura maior dos africanos, foi o herói que a sua seleção precisava. Nascido em França, o avançado do Montpellier conduziu pelo corredor central, tirou Varane do caminho e em esforço, rematou para o fundo da baliza gaulesa.

O capitão da Tunísia saiu logo de seguida visivelmente condicionado fisicamente - esteve, inclusive, em dúvida para este Mundial 2022. Porém, o sonho tunisino de chegar pela primeira vez na história dos Campeoantos do Mundo aos oitavos de final, durou três minutos - altura do golo australiano à Dinamarca.

Com um olho no outro jogo, os africanos preparam-se para a reação francesa. Deschamps lançou Mbappé, Rabiot, Griezmann, Dembélé, além de Saliba, e a campeã do Mundo melhorou - era difícil fazer pior.

O extremo do Barça assinou o primeiro remate à baliza da Tunísia... o relógio marcava 82 minutos. A melhor oportunidade gaulesa foi, no entanto, «inventada» por Mbappé, mas Dahmen impediu o empate.

O jogo caminhou para o fim e os adeptos tunisinos assim como os suplentes agarraram-se aos telemóveis para saber o desfecho do Austrália-Dinamarca. Já depois do fim do jogo no estádio Al Janoub, Griezmann igualou a contenda no último minuto.

O árbitro apitou para o final do encontro, mas foi alertado pelo VAR para uma irregularidade no golo gaulês. Depois de rever o lance no monitor, Matt Conger decidiu invaliar o lance.

Não chegou, mas a vitória histórica tunisina já ninguém apaga.