O futebol tem desta coisas: o Olhanense pouco ou nada fez para vencer, mas conseguiu, num lance de contra-ataque, marcar. O Nacional atacou e muito, principalmente, na primeira parte e poderia ter chegado em vantagem larga ao intervalo. Na segunda, jogou mais com o coração do que com a razão e perdeu a hipótese de fazer a festa europeia adiando tudo para a última jornada.

Os festejos começaram na rua e prolongaram-se pelas bancadas. Os adeptos do Nacional acreditaram que era possível obter a quarta qualificação europeia e deslocaram-se à Choupana para apoiar a equipa. Ivo Vieira apostou num 4x3x3, com muita mobilidade na frente de ataque. E acertou em cheio. Foi notável a primeira parte dos alvinegros, que, no entanto, cometeram um grande pecado: finalizar. E Mateus que o diga. Mas já lá vamos.

O Olhanense chegou à Madeira só com 16 jogadores e denotando uma grande apatia. E para «ajudar», logo aos 12 minutos perdeu Mexer por lesão. Desde muito cedo que os nacionalistas quiseram chegar ao golo. Aos cinco minutos, Anselmo em confronto directo com Maurício caiu na grande área, mas o árbitro Diogo Santos considerou simulação do avançado. Muitas dúvidas, mas não sendo falta, simulação também não houve e como tal, mal o amarelo mostrado.

Começou então o festival de oportunidades perdidas por Mateus. Aos 9 minutos, com um bom cruzamento na esquerda, Nuno Pinto meteu a bola direitinha na cabeça de Mateus e este cabeceou para defesa de Veríssimo. Cinco minutos depois, Barcellos com grande assistência isola o avançado angolano e este remata rasteiro para mais uma grande defesa de Veríssimo. Seria de novo Mateus a perder a terceira hipótese de marcar, aos 17 minutos: após mais um grande passe de Mihelic, o atacante rematou para nova defesa do guarda-redes algarvio.

Só dava Nacional e a equipa de Daúto Faquirá nem conseguia passar o seu meio campo. O melhor marcador dos locais, Claudemir, atirou uma «bomba» ao poste à passagem da meia hora. Só aos 34 minutos, de forma tímida, Rui Duarte fez o primeiro remate da formação de Olhão, mas ao lado. Aos 38, Mihelic também se mostrou perdulário ao rematar por cima da barra quando estava sozinho após mais um belo cruzamento de Nuno Pinto. E até ao intervalo, nada de novo.

Um contra-ataque: um golo

Faquirá mexeu na equipa ao intervalo e teve proveito. Logo aos 52 minutos, num rápido contra-ataque, Rui Duarte lançou longo para Toy, Nuno Pinto escorregou e o avançado algarvio isolou-se e bate Bracalli. Foi o balde de água fria na Choupana.

Os locais não baixaram os braços, mas acusaram o golo. O técnico Ivo Vieira mexeu na equipa tentando refrescar o ataque. Daúto Faquirá teve de retirar o recém entrado Paulo Sérgio por lesão, fazendo entrar Jorge Gonçalves. O tempo ia passando e os locais acusavam a desvantagem no marcador. Jorge Gonçalves desperdiçou uma boa situação aos 73 minutos rematando ao lado.

Os alvinegros voltaram a estar perto de marcar aos 78 minutos, quando Mateus rematou forte, mas Bruno Veríssimo voou e defendeu para canto. O tempo decorria e os algarvios defendiam com unhas e dentes a vantagem, recorrendo por vezes ao antijogo. Os madeirenses não conseguiam furar a barreira. Jogavam mais com o coração do que com a razão.

Já em tempo de descontos, Edgar Costa ainda marcou, mas o lance foi invalidado por fora de jogo. Ficam dúvidas, mas o auxiliar não teve dúvidas levantando a bandeirola na altura do remate. O Olhanense venceu com muita sorte mas lutou muito na segunda parte, fechando os caminhos para a sua baliza.