O Nacional da Madeira derrotou o Sporting de Braga por três a zero e subiu, ainda que à condição, ao pódio da Liga. 

Um prémio merecido para os madeirenses que vão na terceira vitória consecutiva, sem sofrer qualquer golo, e que mostraram na Choupana o motivo para assumirem o objectivo europeu sem qualquer receio.

Manuel Machado começou praticamente a ganhar o duelo de professores que marcou a sétima jornadas. As aulas, ministradas pelo técnico durante a semana, parecem ter sido bem rentabilizadas e os jogadores entraram em campo sabendo tudo sobre o adversário. Conheciam as suas forças e neutralizaram-nas, mas, mais do que isso, ainda tiveram a capacidade para explorar as fraquezas do exército minhoto.

Neste particular o tridente ofensivo, formado por Candeias, Mário Rondon e Djaniny, vestiu a pele de lobo e assumiu a responsabilidade de desmontar a fragilidade defensiva arsenalista. Foi assim desde o apito inicial e basta avançar até ao quinto minuto para perceber a ideia: Djaniny ligou o turbo, cruzou para o interior da área onde Candeias amorteceu e Rondón confirmou a vantagem insular.

O antidoto bracarense passava, invariavelmente, por cruzamentos para o coração da área onde Edinho lutava contra o Mundo à procura de uma oportunidade. O filme, ainda assim, foi a preto e branco para o internacional português que, apenas, conseguiu corresponder em uma ocasião, mas sem pontaria (33 minutos).

Antes disso o melhor que se viu na área insular foi um cruzamento de Micael, mal resolvido por Gottardi, que Salvador se encarregou para as núvens (29 min).

De resto, o jogo decorria nas mesmas bases: pressão insular sobre o portador da bola e a exploração da velocidade dos seus homens mais adiantados. Foi assim que o Nacional ampliou a vantagem. Candeias pressionou Nuno André Coelho, roubou-lhe a bola e passou para Djaniny assinar o segundo dos insulares.

Pelo meio houve, ainda, mais algumas saídas rápidas e Rondón, Candeias e Djaniny que deixaram em fanicos o último reduto visitante. Não acabaram em golo porque a definição do lance não foi a mais assertiva. Havia muito a fazer no balneário arsenalista ao intervalo.

Com o golo sofrido praticamente em cima do intervalo, Jesualdo Ferreira só tinha dois caminhos à disposição: ou tentava minimizar os estragos ou ia para cima no jogo. Optou pela segunda hipótese com Hugo Vieira e Pardo fresquinhos para o jogo.

Até perteceu ao Braga o primeiro remate da segunda parte, por Alan (49 min), mas continuava a haver muito espaço nas costas da defensiva bracarense. Djaniny, sempre em alta rotação, aproveitou a passadeira e só não assinou bisou na partida porque Eduardo fechou a baliza (51 min).

À medida que os minutos iam passando percebeu-se que, com maior ou menor dificuldade, os três pontos já não sairiam do bolso dos madeirenses. Foi uma questão de esperar pelo apito final de Artur Soares Dias, entregando ao Braga a posse de bola e mantendo as saídas rápidas em direcção as redes de Eduardo. Numa delas, Candeias teve cabeça para corresponder a um cruzamento milimétrico de João Aurélio e assinar o três a zero.

Manteve-se a tradição e, com Manuel Machado no banco de suplentes, o Nacional é um autêntico carrasco para os arsenalistas. A terceira vitória consecutiva, sem sofrer golos, vale um valente salto na classificação e uma entrada no pódio ainda que à condição.

Um dia perfeito para os madeirenses.