Sem sair do seu quarto no Hotel Bellevue, Renato Seabra acabou de ter o primeiro contacto com um juiz, através de uma videoconferência, que durou apenas 54 segundos.

Com as vestes hospitalares e semblante apático, o jovem manequim de Cantanhede, de 21 anos, foi informado da acusação pelo juiz. A única reacção de Renato Seabra foi quando o seu advogado confirmou ao juiz que não autorizava a filmagem e reprodução fotográfica da videoconferência. Renato Seabra, que já sabia da proibição, esboçou um ligeiro sorriso, descrevem os jornalistas nacionais e estrangeiros que assistiram à videoconferência.

Através desta videoconferência, o suspeito foi informado da acusação de homícido de 2ºgrau e que será ouvido no dia 1 de Fevereiro, mas desta vez, pelo Tribunal Supremo. Até lá permanece detido no Hospital Psiquiátrico Bellevue, sem direito a fiança.

Durante a videoconferência foi citado o depoimento do detective John Mongiello, que relatou que viu um «morto» num quarto do hotel InterContinental: «um indivíduo do sexo masculino identificado como Carlos Castro, deitado nu no chão».

«O depoente declarou que a face de Carlos Castro estava coberta de sangue e hematomas», pode ler-se no documento, que dá conta ainda da amputação que o colunista sofreu.

O mesmo documento revela que um detective da secção de homicídios da esquadra de Sul de Manhattan tomou conhecimento da confissão de Renato Seabra.

Segundo o seu testemunho, o jovem disse ter sido ele a «matar Carlos Castro» depois de o ter «atacado de diversas formas», recorrendo ao estrangulamento, a golpes com um saca-rolhas, fazendo embater a cabeça da vítima contra um televisor e amputando-o.