A 28.ª Edição do Festival de Cinema EntreVues Belfort, em França, começa hoje e na programação está prevista a exibição dos filmes portugueses "O Estranho Caso de Angélica" , de Manoel de Oliveira, e "José Combustão dos Porcos", de José Magro.

A organização do festival disse à Lusa que o filme de Oliveira vai ser exibido no seguimento de uma "programação temática [pedagógica] intitulada Atração Fatal, explorando a noção de amor eterno e sem fronteiras'".

Na vertente pedagógica do festival é proposto aos estudantes na opção cinema audiovisual o aprofundamento de estudos com o filme de Manoel de Oliveira, estreado em 2011, rodado em Portugal, Espanha e França, "O Estranho Caso de Angélica".

O realizador português, que completa 105 anos no próximo dia 11 de dezembro, disse à revista francesa Cahiers du Cinéma que está pronto para rodar um novo filme, "O Velho do Restelo", mas falta-lhe financiamento.

Na entrevista, feita pelo investigador António Preto e publicada na edição de novembro da revista, Manoel de Oliveira deixou ainda um lamento: "Eu penso que no país há uma grande indiferença pelo que já realizei. Tanto faz que o meu cinema exista ou não exista."

No que diz respeito à película "José Combustão dos Porcos", de José Magro, será projetada no quadro da Competição Internacional de Curtas e Longas Metragens do festival.

O realizador José Magro, nascido em 1991, estudou som e imagem na Universidade Católica do Porto, onde realizou a curta-metragem/documentário "Teles" e "José Combustão dos Porcos", este último a concurso no Festival Internacional do Filme de Belfort.

O galardão já foi vencido por realizadores portugueses no passado. Nomeadamente na edição de 1994 com "Casa de Lava", de Pedro Costa, em 1997 com "Ossos", também realizado por Pedro Costa, e em 2000 com "O Fantasma", realizado por João Pedro Rodrigues.

O festival começa hoje e ocupa o Cinéma des Quais de Belfort (na região francesa Franche-Comté, situada a cerca de 25 quilómetros da fronteira com a Suíça) até ao dia 08 de dezembro.

Lusa