No dia em que se assinalam 25 anos após o incêndio do Chiado, em Lisboa, que destruiu vários edifícios históricos e que provocou dois mortos e cerca de 50 feridos, a autarquia realizou um simulacro na zona afetada pelas chamas em 1988.

António Costa afirmou, em conferência de imprensa, que o simulacro demonstrou que a cidade está hoje mais preparada para responder a uma situação de incêndio do que há 25 anos, mas alertou para a existência de outros riscos, «designadamente o risco sísmico» e para a imprevisibilidade de situações reais.

«Nunca ninguém está preparado para o grau de imprevisibilidade que uma catástrofe constitui», disse o autarca socialista, recordando que o incêndio de 1988 «deixou marcas irreversíveis na cidade», como a perda de lojas históricas da cidade, vários objetos de Fernando Pessoa e a partitura original do hino nacional.

«É importante lembrar [o que se passou] porque, ao recordarmos, estamos a criar as melhores condições para que nos equipemos, para que os comerciantes se protejam, para que os residentes estejam atentos e para que a construção seja diferente de forma a sermos mais resistentes a uma tragédia desta natureza», acrescentou António Costa.

Durante o simulacro, que decorreu esta manhã, os mais de 320 operacionais testaram meios e técnicas em várias ruas daquela zona histórica da capital, incluindo na Rua do Carmo e na Rua Garrett, de onde foram removidas as viaturas estacionadas e cujo trânsito esteve interrompido durante a operação.

No balanço final, o Regimento dos Sapadores Bombeiros de Lisboa deu conta de uma vítima mortal, cuja morte foi investigada pela Polícia Judicial, de 35 feridos civis e de 4 bombeiros também feridos, além de três detenções por roubo a estabelecimentos comerciais.

Em declarações à Lusa, o comandante Joaquim Sintrão, dos Bombeiros Voluntários da Pontinha, recordou o «cenário de destruição» que viveu há 25 anos nas ruas do Chiado e acredita que hoje seria mais fácil combater as chamas naquele local.

«Fomos para a Calçada do Sacramento. Chegámos às 6:45 e saímos daqui eram 11 da noite. Era um cenário de destruição, parecia que estávamos numa situação de guerra», conta.

Para este bombeiro, na altura, o principal problema foi «a falta de água», porque «o fogo era de dimensões gigantescas e estava toda a gente a tirar água das bocas-de-incêndio», mas «hoje os meios são mais modernos» e, por isso, «era capaz de ser um bocadinho mais fácil» combater um incêndio.

LUSA

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