Uma escultura de uma oliveira com quase cinco metros vai ser instalada junto à casa onde o escritor José Saramago (1922-2010) viveu, em Tías, Lanzarote, em homenagem ao Nobel da Literatura português, foi hoje anunciado.

De acordo com um comunicado da Fundação José Saramago, em Lisboa, a escultura em aço vai ser instalada na rotunda que dá acesso ao complexo onde fica a casa e a biblioteca do escritor, em Tías, no dia 18 de março, data do segundo aniversário da abertura deste espaço ao público.

A iniciativa foi apresentada esta semana numa sessão onde estiveram presentes a conselheira de Cultura do Governo das Canárias, Inés Rojas, o presidente do Cabildo de Lanzarote (órgão de governo da ilha), Pedro san Ginés, o presidente da Câmara Municipal de Tías, Francisco Hernández, e a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río.

A escultura, da autoria de José Perdomo a partir de um desenho de Esther Viña, ambos de Lanzarote, representa uma oliveira feita com as letras iniciais de José Saramago: o tronco é a letra «j» e os ramos são todos em forma da letra «s».

De acordo com a fundação, a iniciativa tem como objetivo deixar um testemunho da permanência de José Saramago em Lanzarote, onde se instalou em 1993, repartindo a presença na ilha com sucessivas estadas em Lisboa.

Foi em Lanzarote que escreveu o livro «Ensaio sobre a Cegueira» (1995) e todas as obras que se seguiram.

No comunicado, a presidente da entidade e viúva do escritor recorda que Lanzarote e a sua paisagem tiveram uma grande influência na obra do escritor português.

Essa influência está patente no texto «A Estátua e a Pedra», que a Fundação José Saramago vai publicar nos próximos meses e em que o autor explica que o contacto com a ilha o levou a alterar o seu estilo e a forma de ver as coisas: «Passou a interessar-lhe mais a pedra e a sua matéria do que a estátua».

A oliveira é uma árvore simbólica da vida de José Saramago porque marcou a sua infância e adolescência, quando viveu na Azinhaga do Ribatejo, localidade onde nasceu.

Também junto à Fundação José Saramago, em Lisboa, foi replantada uma oliveira centenária trazida da Azinhaga, onde foram colocadas as cinzas do autor.

Lusa