Gonçalo Amaral, ex-coordenador da Polícia Judiciária viu os seus bens serem congelados por causa do processo de indemnização interposto pelos McCann.

O ex-coordenador viu a sua quota na sua empresa unipessoal, um terço do seu vencimento de gerente e os valores entregues a essa sociedade a título de direitos de autor ou comerciais genéricos por conta dos seus trabalhos arrestados.

«Isto é um cerco. Estão a tentar asfixiar-me na secretária», afirmou Gonçalo Amaral ao CM, acrescentando que não está «só privado do meu direito elementar à liberdade de expressão» como também enfrenta «constrangimentos relativos à minha defesa».

O ex-polícia suspeita da intenção de asfixia financeira, dado os elevados custos da taxa de justiça para poder contestar e em relação à qual foi pedido apoio judiciário.

«Eu não tenho um fundo, sem fundo, para financiar a minha defesa», refere Gonçalo Amaral.

O advogado de Gonçalo Amaral, António Cabrita, juntou uma contestação ao pedido de indemnização alegando que «o que está em causa é uma decisão inconstitucional, na medida em que o livro consubstancia o direito de expressão e a liberdade de opinião».

Na contestação António Cabrita alega que o livro «não tem qualquer passagem ofensiva para a família McCann, ou a acusá-los de matar a filha», sublinhando que as conclusões do livro de Amaral são as mesmas do processo arquivado.