«Não estava nada nervoso, acho que foi a primeira estreia em que não estava nervoso. Estava seguro do papel e das movimentações», confessou o ator no final do espetáculo.
Apesar de ter sido mãe de Beatriz há apenas dois meses, Paula Lobo Antunes não quis faltar à estreia e aplaudiu o desempenho do namorado. «Tinha de vir. Deixar o bebé faz parte. Uma pessoa também tem de saber libertar-se e a vida tem de continuar dentro dos possíveis. A Beatriz ficou com a baby-sitter, que é uma pessoa de extrema confiança que já trabalha comigo há muitos anos. Sei que ela está bem entregue, confio plenamente», explicou a atriz.
Radiante com o seu novo papel de pai, Jorge Corrula tem-se desdobrado entre a gravação de uma série, o teatro e a filha. «É horrível porque chego a casa e ela já me parece outra pessoa [risos]. A Beatriz é perfeita, deixa-nos dormir sete horas seguidas, o que é muito bom. É uma experiência única. Sei que é um lugar-comum dizer isso. E para nós, atores, passar pela experiência de ter uma criança, um ser dependente de nós para tudo e que vai amar-nos incondicionalmente e vice-versa é uma coisa que, emocionalmente, devia ser obrigatória», revela o ator.
«Há Muitas Razões para uma Pessoa Querer Ser Bonita» junta em palco Jorge Corrula, Sara Prata, Ana Guiomar e Tomás Alves. «Estava a morrer de nervos antes de entrar, mas acho que correu bem. Espero que as pessoas se divirtam tanto a ver como nós nos divertimos a fazer», sublinha Ana Guiomar, que teve na assistência o namorado, Diogo Valsassina.
A comédia, que reflete sobre a importância da imagem e da aparência, tem encenação de João Lourenço, que no final do espetáculo subiu a palco com uma t-shirt que dizia: «Mesmo com um Governo assim o Teatro Aberto continua.» Um grito de revolta do encenador contra a atual política cultural.
«Esta gente [Governo] tirou-me do sério. Estou com esperança, porque acredito que as pessoas hão de fazer com que este Governo caia. Eles estão a dar cabo não só da cultura mas do nosso país. Quero pessoas sérias lá à frente. Isto já não está ao nível dos partidos, está ao nível da seriedade e esta gente não é séria! Estou preocupado. Como dizia o outro, a cultura é o sal da democracia», acrescentou o encenador.
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