João Vilela é o homem do momento em Barcelos. Aos 28 anos, vai para a oitava época no Gil Vicente, com passagens pelo Fátima e pelo Irão, e atravessa uma das melhores fases da carreira. Falou ao Maisfutebol da felicidade que vive por estes dias, admitindo que até já se sente «meio barcelense» e que a má experiência no Irão o ajudou a crescer.

«Estou muito feliz pelo momento, mas mais ainda por ajudar a equipa. Neste domingo o golo ainda foi mais importante por conseguimos a vitória, nos dois outros jogos infelizmente não deu para ganhar», lembrou o médio ofensivo do Gil Vicente, uma das equipas mais sólidas neste início de temporada.

Natural de Lisboa, João Pedro Ferreira Vilela fez toda a formação no Benfica até começar a carreira como sénior na equipa B dos encarnados. Foi cedido ao Gil Vicente e acabou por ficar por Barcelos. Ao fim de quatro anos, em final de contrato, cumpriu uma temporada em Fátima até Paulo Alves reassumir o comando e voltar a requisitar os seus serviços. Acredita que está passar um dos seus melhores momentos: «Pelo menos na primeira liga acredito que é o melhor momento de forma, com mais visibilidade. Também se pode dizer que é o melhor momento da carreira, sim. Mas espero continuar a evoluir.»

«Meio barcelense» cresceu no Tractor de Toni

Vamos a factos. João Vilela é o único totalista do Gil Vicente. João de Deus já rodou toda a equipa, incluindo o guarda-redes Adriano Facchini, mas João Vilela não para. Até agora, foi sempre ele e mais dez. Marcou nas últimas três jornadas, sendo o melhor marcador da equipa, com três golos que já valeram pontos.

Os dados estão à vista, mas o número 77 do Gil Vicente não veste a pele de herói: «Não, nem pensar. Gosto sempre de jogar, e de poder ajudar a equipa. Agora isso de ser mais ou menos importante não, tenho é a noção de estar a ser útil. Sinto-me feliz por jogar sempre, até agora.»

A cumprir a oitava época no clube, já se habituou a Barcelos e Barcelos já se habituou a ele. Sente-se em casa: «Já é muito tempo, até já me sinto meio barcelense. Sempre fui bem recebido, sempre me senti em casa aqui, as pessoas têm sido fantásticas comigo. São muitos anos, quando vim era um miúdo e a maior parte da minha vida como homem foi feita aqui. Guardo grandes recordações.»

A época passada foi começada no Tractor de Toni, mas a experiência não correu da melhor forma. Ainda veio a tempo de apontar três golos em meia época no Gil. Tira ilações positivas de uma experiência negativa acreditando estar mais forte.

«A experiência no Irão teve coisas boas e más. Infelizmente foram mais as coisas negativas, principalmente pelos salários em atraso e por não ter jogado tanto como desejava. Mas foi uma experiência que me tornou mais forte, acredito», diz João Vilela.

«Estamos a criar algumas expetativas»

A época do Gil Vicente tem corrido bem, a meias com o sucesso do seu criativo. O médio diz que neste momento a felicidade é muita nos Galos: «Estamos muito felizes, acho que estamos a fazer um bom início de campeonato, mas mantemos os pés bem assentes no chão e ainda há muito caminho para percorrer. Felizmente já conseguimos somar muitos pontos, o que é importante para garantir a manutenção o mais rápido possível.»

Depois de já ter defrontado Benfica e Porto, o Gil Vicente está à frente dos europeus Estoril, Paços de Ferreira e V. Guimarães. Está apenas a dois pontos do quarto lugar ocupado pelo Nacional e a um ponto do Sp. Braga. O desejo expresso de ver o Gil na Liga Europa foi acelerado? «Para já não pensamos nisso. Sabemos que estamos a criar algumas expectativas, mas queremos fazer o nosso caminho aos poucos. No fim é que se fazem as contas. O objetivo é a manutenção, cimentar o clube nesta liga e daqui a uns anos pensar noutras coisas», atirou.

Para já João Vilela quer ajudar o Gil Vicente como golos, assistências e com a sua disponibilidade: «A minha ambição é continuar a jogar sempre e ajudar o meu clube a atingir os seus objetivos. Continuar a fazer golos e ajudar a equipa com assistências e estar sempre disponível», concluiu.