Olegário Benquerença foi ouvido na quinta-feira pela Polícia Judiciária no âmbito do processo Apito Dourado. O árbitro esteve a dirigir o Belenenenses-Estoril e no final comentou o sucedido, deixando uma mensagem de tranquilidade.
«Não fiquei nada surpreendido, porque como árbitro, ainda por cima internacional, as instâncias judiciais teriam, à partida, todo o interesse em contar com o meu depoimento. Estava de consciência tranquila e quando fui notificado para comparecer como testemunha senti que era meu dever ajudar no possível para clarificar esta situação. Contribuir uma vez por todas para que a arbitragem possa limpar eventuais ervas daninhas que tenha no seu seio», abordou de forma frontal.
Sem poder quebrar o segredo de justiça, deixou, porém, algumas pistas: «Uma coisa posso dizer, é que nenhum dos factos abordados se relacionam directamente comigo, mas com pessoas com responsabilidades no futebol, que utilizam abusivamente e frequentemente o nome de terceiros para se insinuarem junto de outras pessoas e quando assim é é natural que as instâncias judiciais queiram saber se nós temos conhecimento desse relacionamento promíscuo entre determinadas pessoas».
Olegário apresentou-se totalmente tranquilo. «Aquilo que eu fiz foi confirmar que o que estava escrito ali não correspondia à verdade e as pessoas entenderam perfeitamente. Não foi um interrogatório, mas mais uma conversa de amigos. Fiquei rapidamente despachado. Não me foi dado a conhecer nenhum caso de corrupção durante o interrogatório. Não é só arbitragem, mas existem outros problemas se calhar ainda mais graves do que eventuais corrupções», vincou, deixando bem claro que não foi abordado o Benfica-Porto.