Ao que o «Diário Económico» apurou, as intenções de venda dadas no âmbito da oferta, correspondem a uma participação inferior a 1% do capital do banco liderado por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich.
Desde as 15H00 de sexta-feira que estas ordens se tornaram irrevogáveis, mas a venda das acções só se concretiza no caso de o BCP ser bem sucedido, o que é bastante improvável. Para evitar a morte da OPA sobre o BPI, o banco presidido terá que atingir 82,5% do capital do BPI.
Os resultados da oferta só serão apurados na segunda-feira, em sessão especial de bolsa, mas os principais accionistas do BPI, entre os quais o La Caixa, o Itaú e a Allianz, já garantiram que não venderão as suas participações a sete euros, o último preço oferecido pelo BCP. Juntos, controlam mais de 50% do capital.
Durante hoje e amanhã os accionistas do BPI ainda poderão dar, junto dos intermediários financeiros, as suas ordens de venda. Ainda que a prática mostre que as ordens se concentram nos últimos dias da oferta, tal não deverá ocorrer no caso da OPA que o BCP lançou sobre o BPI.
O mercado está completamente descrente quanto ao sucesso da operação, um sentimento que se acentuou depois de o conselho de administração do banco «opado» ter voltado a a rejeitar, unanimemente, a segunda proposta do BCP.
Paulo Teixeira Pinto disse por duas vezes que, se não estivesse confiante no sucesso da operação, não esperaria pelo final do prazo da operação para admitir o fracasso. Apesar desta garantia, a dois dias do final da OPA, o presidente do BCP mantém o silêncio.
RELACIONADOS
BCP convoca AG anual para dia 28 de Maio
Santos Silva diz que BCP foi imprudente na forma como lançou OPA
Fernando Ulrich não se importa de ser chamado noiva
BPI não se sente ameaçado pelo La Caixa
Ulrich diz que projecto do BPI «continua vitorioso e a criar valor»
BPI não se sente ameaçado pelo La Caixa
Fernando Ulrich diz que «BPI venceu»
Conselho de administração do BPI volta a rejeitar oferta do BCP
BPI diz que novo valor de 7 euros «é inaceitável»