Não se resolveu tudo, resolveu-se o essencial.

Este é o meu resumo do trabalho das principais equipas portuguesas no mercado de transferências.

No Dragão, o essencial era manter Jackson Martinez. Apesar da contratação de Ghilas, não existe outro parecido com o colombiano. Depois do goleador, era também importante que futebolistas como Fernando e Mangala ficassem. Saíram Moutinho e James, mais uma vez não houve lugar para Iturbe. Mas já se percebeu que Licá e Josué são reforços, o que permite trabalhar os mexicanos. E há Quintero, uma das grandes atrações da Liga 2013/14.

Do mercado azul sobra uma dúvida: o que se passou exatamente com Varela, durante dias apontado como próximo da porta de saída? Acabou por ficar. Estará tudo como antes?

Na Luz, Siqueira deve ter chegado para resolver um problema antigo, tornado mais visível pela venda de Melgarejo e, sejamos sinceros, pela contratação de Cortez. O brasileiro que o Benfica conseguiu evitar que fosse do Granada para o Real Madrid era um desejo antigo. Tem muita coisa para dar certo.

De resto, chegaram muitos sérvios. Markovic já entusiasma. Os outros sabe-se que são bons. E ficou o mais importante de todos, Matic. De resto, ficou quase toda a gente, bom sinal para Jesus. Até Cardozo, o maior goleador dos últimos anos.

Claro que não é bom continuar a pagar ordenados a jogadores que o treinador não quer, como Carlos Martins e Djaló. Mas como deve ter sido ele que aconselhou a sua compra/renovação, terá de viver com isso. Por muito que a coisa não faça sentido do ponto de vista financeiro.

Do mercado sobra uma ideia, aliás já indiciada por Jesus há dias: o clube preparou-se para ser assaltado pelos tubarões. Passaram os dias e nada aconteceu. Nem Garay, nem Gaitán, nem Salvio, nem sequer Cardozo. Nada, ninguém abandonou a Luz. Resultado: uma folha salarial mais pesada e jogadores que foram comprados e nem sequer aqueceram a cadeira, como Fariña e Lisandro Lopez. Ainda não foi desta que Nelson Oliveira coube no grupo, apesar de fazer parte da seleção nacional.

O Sporting foi quem menos gastou, o que era uma obrigação, face ao momento do clube. Renovou muito, recuperou jogadores do clube, promoveu outros. Também deixou sair dois, Ilori e Bruma, que lhe renderam cerca de 20 milhões de euros. Era difícil ter feito melhor.

A contratação de Vítor é muito bem vista. Montero foi uma das figuras da primeira jornada. Jefferson tem correspondido. Claro que nem tudo é ainda claro sobre o valor de todos os que chegaram. Welder e Cissé, por exemplo, são dúvidas. E ficou gente a pesar na folha salarial, sem jogar. Labyad, mas também Jeffrén, Bojinov e Evaldo.

Voltando ao início, nem tudo foi perfeito. Mas o resultado final é competente.