«Se alguma vez o Fundo do Petróleo de Timor-Leste olhar para Portugal e considerar que alguma aplicação feita lá é tão ou mais rentável do que, por exemplo, em obrigações de tesouro norte-americanas, essa é uma escolha livre dos timorenses, não é uma escolha de Portugal», disse Cavaco Silva em Díli, questionado sobre a possibilidade de Timor-Leste poder vir a comprar dívida pública portuguesa, segundo cita a agência Lusa.
A possibilidade chegou a ser admitida pelo ex-Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, mas, hoje, o novo chefe de Estado timorense, Taur Matan Ruak, sublinhou que essa discussão nunca foi concretizada internamente.
«Este caso foi levantado, do nosso lado não ouve nenhuma discussão concreta sobre isso mas está aberta para mais discussões no futuro», afirmou Taur Matan Ruak, no final de uma audiência com Cavaco Silva, no âmbito da visita de Estado que o Presidente português iniciou hoje à tarde a Timor-Leste.
Já o Presidente da República português salientou que a decisão de investir ou não em Portugal tem de ser uma escolha dos timorenses e apenas deve ser feita se tal for vantajoso para Timor-Leste.
«O que nós desejamos é que o Fundo, e é a preocupação das autoridades timorenses, seja bem gerido para ter rentabilidades tão altas quanto possível para ajudar o desenvolvimento futuro de Timor-Leste», disse, salientando que a relação entre Portugal e Timor-Leste tem de ser «mutuamente benéfica».
O Presidente da República salientou que muitos fundos soberanos procuram aplicações rentáveis para os fundos que possuem e elogiou as autoridades timorenses por terem constituído um fundo de petróleo a pensar «nas gerações futuras».
No final de 2010, ainda durante a vigência do Governo socialista liderado por José Sócrates e antes de Portugal se encontrar fora dos mercados por ter solicitado ajuda externa, Ramos-Horta disse não ver dificuldades em que Timor-Leste pudesse comprar dívida pública portuguesa, num quadro de diversificação de aplicações do Fundo do Petróleo.
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