Função pública, transportes, marinha mercante, pescas, hotelaria, construção, telecomunicações e indústrias têxtil, química e metalúrgica são algumas das áreas com adesão já confirmada à greve geral que se realiza esta quarta-feira.

Vários serviços dependentes das autarquias, como a recolha de lixo ou transportes, vão ser afectados devido à greve geral desta quarta-feira. Francisco Brás presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) disse à agência Lusa que «só quando a greve começar é que se podem ter certezas dos serviços que aderiram, embora esta seja a maior greve de sempre da administração local».

«A recolha de resíduos vai estar encerrada praticamente em todo o país. Os transportes públicos de cidades como Braga, Coimbra, Barreiro ou Aveiro vão cumprir somente os serviços mínimos», disse Francisco Brás.

Também os trabalhadores dos cemitérios vão aderir à greve, «embora o sindicato procure assegurar que se cumpram os serviços mínimos», referiu o sindicalista.

O STAL apela «às pessoas que queiram tratar de assuntos em locais da função pública, como as juntas de freguesia, para repensar e procurar resolvê-los noutro dia», já que «vários trabalhadores das juntas de freguesia poderão também paralisar os serviços».

As escolas também deverão ser afectadas e os alunos podem ficar sem aulas.

Dia complicado nos transportes

O Metropolitano de Lisboa encerra já esta noite entre as 22h50 e a meia-noite para preparar os serviços mínimos da greve geral. A partir das 24h o metro volta a circular até à 1h apenas com comboios de seis carruagens nas Linhas Azul e Amarela com uma periodicidade de 17 minutos, de acordo com os serviços mínimos decretados pelo conselho arbitral.

As Linhas Verde e Vermelha vão estar encerradas durante todo o dia de quarta-feira.

Os serviços mínimos decretados prevêem das 6h30 às 7h29 uma periodicidade de 17 minutos entre comboios e das 7h30 às 9h29 uma periodicidade de 8 minutos e 30 segundos, das 9h30 às 17h29 com 15 minutos, das 17h30 às 20h29 com 8 minutos e 30 segundos entre comboios e das 20h30 até às 24 horas com 17 minutos.

Também nas operadoras que garantem a travessia do Rio Tejo (Transtejo e Soflusa) serão mantidas carreiras ao longo de todo o dia da greve, ainda que com menor frequência.

De acordo com a decisão arbitral para a Soflusa, terão de ser asseguradas algumas travessias. A Soflusa anunciou segunda-feira em comunicado que não pode garantir as normais ligações fluviais entre a Margem Sul e Lisboa, prevendo perturbações nas ligações e falta de alternativas.

A Transtejo tem também serviços mínimos, garantindo algumas carreiras Montijo - Cais do Sodré, Seixal - Lisboa, Cacilhas - Lisboa e Trafaria - Lisboa.

A decisão arbitral para os serviços mínimos da Carris define o funcionamento em 25 por cento das carreiras 35, 708, 738, 742, 751, 767 e 790.

No que se refere à CP, os serviços mínimos de transporte de passageiros apenas abrangem as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, que correspondam até 25 por cento do total de comboios programados entre as 6h e as 9h e entre as 17h e as 20h.

A CP, que prevê perturbações na circulação de comboios em consequência da greve (com atrasos e supressões pontuais de comboios) e na venda de bilhetes, tenciona activar um sistema de transportes rodoviários nos locais onde for necessário.

No Porto, a STCP garante que as dez linhas feitas por privados estão asseguradas, ou seja, os autocarros que ligam os concelhos limítrofes ao Porto, bem como os que fazem a zona de Massarelos, vão funcionar. Quanto às restantes linhas, a empresa vai tentar minimizar os efeitos da greve.

A STCP informa ainda que quem tiver passe vai poder usar gratuitamente como alternativa o metro e os comboios da CP de e até Valongo, Travagem e Francelos.