«Consideramos que são afirmações com um conteúdo sensível e muito sério», disse à Lusa Luís Montenegro.
Desta forma, e apesar das declarações do procurador-geral da República, Pinto Monteiro, merecerem «a atenção» do PSD, o partido irá «ter algum recato e prudência institucional», acrescentou Luís Montenegro.
Em entrevista à revista Tabu do semanário Sol, publicada sábado, Pinto Monteiro diz a dado passo: «Vou dizer uma coisa com toda a clareza, que talvez não devesse dizer: acho que as escutas em Portugal são feitas exageradamente. Eu próprio tenho muitas dúvidas que não tenha telefones sob escuta».
Pinto Monteiro admite que o seu telemóvel possa estar sob «escuta», porque «às vezes faz uns barulhos esquisitos».
Num comentário a estas declarações, o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD sublinhou o seu «conteúdo sensível», que merecerá «uma posição de recato institucional» por parte dos sociais-democratas.
Instado a comentar a decisão do PS de viabilizar o requerimento do CDS-PP para a audição parlamentar do procurador-geral da República, caso Pinto Monteiro entenda ter esclarecimentos a prestar na Assembleia da República sobre a sua entrevista ao Sol, Luís Montenegro reservou para mais tarde uma tomada de posição por parte do PSD.
«Na Comissão, os deputados do PSD falarão», afirmou.
Ao início da tarde, o líder do PSD, Luís Filipe Menezes, já tinha garantido que o partido nada fará para «beliscar a autoridade» do procurador-geral da República, sublinhando a forma «equilibrada» como Pinto Monteiro tem intervido publicamente.
«O PSD é um partido de tranquilidade, não faz da agitação política a sua conduta», disse Luís Filipe Menezes, quando questionado sobre as declarações do procurador-geral da República (PGR) ao semanário Sol.
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