O chefe da diplomacia portuguesa defendeu que os líderes europeus dêem uma «orientação» para resolver a crise provocada pela vitória na Irlanda do «não» ao Tratado de Lisboa, sem «meter a cabeça dentro da areia», noticia a Lusa.

Os chefes de Estado e de Governo vão «dar uma orientação para ser seguida nos próximos meses», disse Luís Amado, entrevistado pela Agência Lusa sobre o Conselho Europeu que se realiza quinta e sexta-feira em Bruxelas.

A reunião magna da União Europeia, que marca o final da presidência eslovena dos 27, será dominada pela resposta a dar à vitória do «não» no refendo na Irlanda que colocou em causa a ratificação do Tratado de Lisboa.

Luís Amado disse acreditar que será possível os líderes dos 27 «começarem a falar da forma como a Europa irá sair da crise», apesar de, no seu ponto de vista, «não ser ainda possível encontrar uma solução definitiva» para resolver o problema.

«Vamos começar a falar», resumiu o chefe da diplomacia, que acompanha o primeiro-ministro José Sócrates na deslocação a Bruxelas, acrescentando que, «de crise em crise, a Europa tem sempre evoluído».

Para Luís Amado, «é necessário que todos os chefes de Estado e de Governo e responsáveis políticos europeus (¿) não metam a cabeça na areia», ignorando o que se passou na Irlanda. Seria um erro grave «capitular e abdicar dos esforços de uma década para adaptar as instituições europeias e o processo de decisão aos desafios da Europa», insistiu o ministro dos Negócios Estrangeiros.