Passavam 20 minutos das 19 horas quando Pedro Santana Lopes assumiu a derrota na corrida à liderança do PSD. Já Pedro Passos Coelho tinha oferecido a sua «colaboração» à vencedora, apesar de não renegar ser «o fiel depositário da esperança numa renovação».

O maior perdedor da noite, e ainda líder parlamentar dos sociais-democratas, vai abandonar este mesmo cargo. No seu discurso final, Santana Lopes felicitou os restantes candidatos, reconheceu a «legitimidade incontestável» de Ferreira Leite e atirou «farpas» às declarações de Menezes, deixando no ar a ideia destas terem contribuído para os resultados finais.

«Algumas declarações contribuem para reforçar aqueles que se pretende atingir», afirmou Santana, referindo-se às palavras de Luís Filipe Menezes. «Não eram esperadas algumas declarações». No entanto, Santana Lopes recusou que Menezes fosse o responsável pela vitória da candidata e que as declarações do ex-presidente do partido o tivessem prejudicado.

Menezes critica «canalha que lhe fez a vida negra»

O ex-primeiro-ministro felicitou as restantes candidaturas, afirmando que Manuela Ferreira Leite «ganhou e ganhou bem», assumindo que a sua leitura dos resultados é de que «mais bases votaram» em Ferreira leite. Santana considerou que a ex-ministra tem «uma legitimidade incontestável», apesar do equilíbrio das candidaturas e de não ter atingindo os 50 por cento dos votos. «Nem que fosse por mais um voto».

Quanto à sua derrota, Santana Lopes foi claro: «Eu, graças a Deus, sei perder», esclarecendo que a luta pelo país vai continuar «imediatamente», ou seja, o ex-primeiro-ministro vai continuar «por aí» apesar de abandonar a liderança da bancada parlamentar: «Como é óbvio, cessam as funções como presidente do grupo parlamentar. Estava e estou convencido que não seria convidado e mesmo que o fosse não aceitaria», explicando que não faria «sentido» representar uma direcção da qual discorda e um programa e orientação que não é o seu.

Sobre o caminho que vai seguir, Pedro Santana Lopes pede mais tempo para reflectir, mas garante que a luta pelo país vai continuar com «ânimo redobrado».