O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, recusou-se, esta sexta-feira, a comentar o caso da licenciatura de Miguel Relvas, mas disse concordar com a necessidade de alterações para «aumentar a exigência» na atribuição de créditos ou validações.

«O ministro da Educação já disse que o Governo está a preparar alterações nesses regulamentos e nesses critérios, de modo a poder aumentar a exigência e a garantir que aqueles que recorrem às nossas instituições de ensino superior não vejam as suas expetativas defraudadas», afirmou.

Em declarações aos jornalistas, em Paços de Ferreira, à margem de uma visita a várias empresas, Pedro Passos Coelho disse achar «muito que o Ministério da Educação prepare essas alterações».

«Acompanho o que disse o senhor ministro», disse, garantindo, no entanto, que o Governo «não faz alterações a discutir casos individuais».

O caso da licenciatura de Miguel Relvas começou a dar polémica há cerca de duas semanas por causa do número de equivalências que obteve na Universidade Lusófona.

De acordo com o processo do aluno que a Lusófona disponibilizou para consulta foram atribuídos 160 créditos ao aluno Miguel Relvas no ano letivo 2006/2007.

Com as equivalências atribuídas pela Universidade, Relvas apenas teve de fazer quatro disciplinas semestrais.

No início desta semana, o administrador da Universidade Lusófona, Manuel Damásio, reconheceu que «nenhum processo» teve tantos créditos concedidos por via da experiência profissional como o do ministro Miguel Relvas, considerando que se trata de «um currículo muito rico».