O Presidente da República congratulou-se, nesta quarta-feira, com o consenso alcançado em Portugal sobre um ato adicional ao Tratado Orçamental, dizendo que durante muito tempo foi o único a «erguer a voz» contra uma estratégia europeia centrada apenas na consolidação orçamental.

«Face a tudo o que tenho feito, aos contactos que tenho tido com líderes partidários, eu só posso congratular-me com esse facto», afirmou Cavaco Silva, citado pela agência Lusa, em declarações aos jornalistas em Jacarta, à margem da visita de Estado que está a realizar à Indonésia.

O chefe de Estado salientou que «é importantíssimo» que Portugal se possa apresentar na cena internacional como um país onde existe coesão política e social na aplicação do programa de ajuda externa e considerou que a posição europeia está a evoluir no sentido de acrescentar à consolidação orçamental uma vertente para dinamizar o crescimento económico e emprego.

A maioria PSD/CDS-PP anunciou hoje que vai viabilizar, pela abstenção, a resolução do PS para um ato adicional ao Tratado orçamental europeu, tendo o texto original da proposta socialista sofrido alterações, depois de conversações entre os três partidos.

«Congratulo-me que as coisas estejam a mudar porque durante muito tempo parecia que era o único que erguia aqui a voz, como fiz em Florença, para difundir algum desconforto em relação a esta estratégia europeia», reforçou Cavaco Silva.

O presidente assumiu ainda aguardar com expetativa os resultados do Conselho Europeu de Bruxelas, que começou hoje, sublinhando que apenas três países na União Europeia - Alemanha, Holanda e Finlândia - manifestam reticências face a um ato adicional ao Tratado Orçamental.

Questionado se fica satisfeito com a aprovação desta resolução do PS que pede um ato adicional ao Tratado Europeu, o chefe de Estado lembrou que o que está em causa é uma recomendação ao Governo para que defenda uma posição que tem de ser aprovada ao nível da UE, pelo menos dos 25 países que assinaram o Tratado Orçamental.