O treinador do Desportivo das Aves, Nuno Manta Santos, em declarações após o jogo com o Portimonense, que perdeu por 2-0, na última jornada da Liga 2019/20. As duas equipas descem de divisão:
«O apoio dos adeptos foi reconfortante. Só revela o amor e paixão que têm pelo clube. Fazer 1.000 quilómetros para ficar fora do campo, a aplaudir-nos e a puxar por nós, a agradecer-nos, é muito significativo. Esta demonstração de caráter dos adeptos só vem salientar o que o Aves fez neste final de época».
«Não foi fácil. Os jogadores, a equipa técnica, os membros do ‘staff’ já poderiam ter rescindido contrato há algum tempo e o campeonato teria uma marca muito diferente do que pretendemos para o futebol nacional. Temos de agradecer aos profissionais do Aves o que fizeram. Apesar de amanhã já se pensar no novo campeonato, é preciso não esquecer o Aves. O Aves fez tudo para que o campeonato decorresse dentro da normalidade».
«É complicado expressar tudo o que sinto. Quando aceitei o desafio do Aves, sabia que era extremamente difícil. Eram só três pontos na altura e eu, como gosto de desafios difíceis, pela minha maneira de pensar, como olhava para o plantel e classificação, apostei muito no Aves. O que aconteceu, não só com o contexto do Aves mas com a pandemia, obrigou-me, como treinador, a adaptar-me a muitas coisas, a puxar por mim no bom sentido, a preparar os treinos, a parte do discurso, para tentar tirar o máximo partido dos jogadores. Consegui tocar em todos. Foi uma das maiores dificuldades conseguir motivar os atletas. Um trabalho árduo para mim, que me fez ganhar experiência. Se estou arrependido de vir para o Aves? Não. Também reconheço que errei em alguns momentos, mas o contexto global tornou-se difícil para todos. Parabéns a este grupo, são uns heróis por termos conseguido acabar o campeonato, que era muito importante».
«Obrigado ao presidente António Freitas, cujo apoio nesta parte final foi muito importante. E obrigado à estrutura e ‘staff’ do Aves, que permitiu que concluíssemos o campeonato. Uma palavra de conforto para o Portimonense. E parabéns ao FC Porto, por ter sido campeão».
«Hoje, a equipa teve caráter, foi organizada, com princípios de jogo e sólida. Mas voltámos a sofrer dois golos de bola parada. O Aves acaba de forma briosa, com grande orgulho, e uma equipa que ninguém vai esquecer. Devido ao covid-19 e depois por nós, estes momentos vão ficar na nossa memória. Temos de saber refletir, ver quais são as fragilidades do futebol nacional para que casos como estes não se voltem a repetir».