Neste ponto, o responsável criticou a atitude da autoridade face a campanhas da Zon, ex-PT Multimédia: «A Zon está neste momento a fazer ofertas extremamente agressivas e a Anacom fecha os olhos», disse Henrique Granadeiro durante o jantar-debate que decorreu esta quarta-feira no Clube do Chiado, em Lisboa.
Numa análise ao sector, Henrique Granadeiro lembrou que no campo da Pay-TV a TV Cabo detém 80 por cento de quota, enquanto a Cabovisão apresenta 15% e os restantes operadores, nos quais se inclui a PT, possuem apenas 5%.
As queixas da PT não são novas: na apresentação de resultados da empresa, o actual vice-presidente, Zeinal Bava, criticou a posição dominante da Zon Multimédia na televisão por subscrição e as condições que dá para o acesso aos conteúdos: «Mais do que a quota de mercado, há uma empresa que tem um nível de controlo de conteúdos que lhe dá vantagens desproporcionais», denunciou Bava.
O mesmo responsável referiu também que a Anacom deveria ter em atenção essa posição quando fizesse a sua análise à concorrência no mercado.
O impacto do «spin-off»
Sobre a operação de cisão entre a PT e a actual Zon Multimédia, o líder da PT citou uma declaração da Sonaecom no seu último relatório de contas, referentes a 2007, em que a empresa explica que, na sequência da oferta pública de aquisição (OPA) sobre a PT, a empresa contribuiu para uma estrutura «mais equilibrada do mercado de telecomunicações», um «objectivo alcançado através da cisão da PTM (resultado da OPA) e da acrescida aceitação das realidades de mercado por muitas das entidades participantes» nas telecomunicações.
«A Sonaecom já percebeu que o spin-off existe, a Anacom ainda não», rematou Henrique Granadeiro.
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