As próximas oito semanas são decisivas para o futuro da Qimonda, que terá de encontrar neste prazo um novo investidor para não fechar as portas. O alerta é da comissão de trabalhadores da fábrica em Dresden.

«Arranjar um investidor em oito semanas é muito difícil, porque em vários meses não o conseguimos, mas não é impossível», disse à Lusa Michael Greschner, membro da comissão de trabalhadores da principal fábrica da Qimonda, em Dresden.

A unidade de produção em Dresden, que emprega 3.200 pessoas, fornece diariamente as componentes necessárias à laboração em Vila do Conde, e é, simultaneamente, o único cliente da fábrica portuguesa.

«O gestor da falência disse-nos que já havia alguns interessados em comprar a Qimonda, mas não tinha recebido ainda propostas concretas, e por isso teria de tentar alargar o leque de compradores», contou Greschner.

Tecnologia desenvolvida é um ponto a favor

«A nosso favor temos o facto de a tecnologia que vedemos ser muito desenvolvida, como a própria concorrência reconhece, mas contra nós está a difícil situação económica, que afecta quase todas as empresas do ramo», disse o membro da comissão de trabalhadores.

Alguns trabalhadores da Qimonda em Dresden que aceitaram entretanto rescindir os seus contratos, com base num plano de reestruturação para reduzir cerca de 800 postos de trabalho, apresentado no Verão passado, ficaram em situação particularmente difícil após a declaração de falência.

«Temos entre 20 a 300 pessoas que agora estão impedidos de receber as indemnizações já acordadas, por causa do processo de falência, que não permite libertar esse tipo de verbas», sublinhou Michael Greschner.

No meio destes impasses, e com o futuro da empresa a representar um grande ponto de interrogação, os trabalhadores da Qimonda preferem remeter-se ao silêncio, e evitar declarações à comunicação social.