«Houve alguma degradação nos últimos trimestres, mas nada de grave para o que até se podia esperar com a subida das taxas de juro e o nível de desemprego. No que diz respeito ao crédito malparado até se pode dizer que as coisas têm se aguentado bastante bem», lembra o analista Pedro Mendes do Millennium bcp.
Por isso, «não há nenhuma expectativa de que se vá verificar um agravamento preocupante do malparado. Como a expectativa de subida dos juros (pelo BCE) agora até é menor, o risco das pessoas entrarem em incumprimento também baixa. E cá não há o segmento de «subprimes» (empréstimos de alto risco). Os nossos bancos não entram em franjas de tão elevado risco como nos EUA, embora num mundo financeiro globalizado, ninguém esteja completamente imunizado ao risco», acrescenta ainda.
Ainda assim, em termos das famílias, este analista admite que «obviamente que estas subidas dos juros impactam directamente, mas as taxas forward (taxa fixada hoje para um empréstimo a iniciar-se numa data futura) estão mais baixas que as spot (taxa fixada no presente para um empréstimo contraído na mesma data), pelo que mostra alguma confiança de que esta espécie de credit crunch seja limitada no tempo», conclui com algum optimismo.
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