O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, desdramatizou esta sexta-feira a revisão em baixa do crescimento económico português feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), argumentando que «há casos piores».

«Há casos piores. Ninguém pode ficar contente por não crescer, mas é melhor do que estar a diminuir», afirmou João Salgueiro, citado pela agência «Lusa», quando questionado sobre a revisão em baixa das previsões do crescimento económico português feita quarta-feira pelo FMI.

No relatório divulgado quarta-feira, o FMI voltou a cortar a previsão de crescimento da economia portuguesa, antecipando agora um crescimento de 0,6 por cento em 2008 e de 0,1% em 2009.

Vai demorar o reconhecimento de perdas

Logo na quarta-feira, o primeiro-ministro destacou que apesar da revisão em baixa do crescimento económico, Portugal mantém-se fora da lista dos países que vão entrar em recessão.

«As previsões do FMI são más para todo o mundo. São previsões. Vamos ver. As previsões do FMI dividem-se em dois grupos. O grupo que vai entrar em recessão e o grupo de países que não entra em recessão. Onde é que está Portugal? No segundo», afirmou José Sócrates, no debate quinzenal no Parlamento.

Segundo os técnicos do FMI, Espanha e Itália devem entrar em recessão em 2009.

A Zona Euro só deverá crescer 0,2 por cento em 2009.

No relatório, o FMI prevê ainda que os efeitos da crise financeira que o mundo está a viver vão prolongar-se no tempo.

«Demorará um período considerável até todas as perdas serem reconhecidas, até os bancos se recapitalizarem, até se reduzir a alavancagem e até que o mercado recupere a confiança», refere o relatório do FMI.