Inicialmente são mais dispendiosos, mas em pouco tempo trazem mais vantagens que desvantagens. Que o diga Hugo Barrocas, dono de uma «mota» eléctrica, que usa no dia-a-dia.

«Estes veículos são muito mais eficientes e aquilo que gastamos no carregamento é totalmente para a condução». O utilizador explicou à Agência Financeira que, com um ciclomotor comum, apenas 20 a 30 por cento do que paga pelo combustível é que realmente é dispendido nos quilómetros que faz. O restante diz respeito a perdas de calor e fumo. Além disso, Hugo Barrocas garante que, em um ano, facilmente o investimento é recuperado.

Ele próprio, nos trajectos que faz no dia-a-dia, nomeadamente para o trabalho, tem o carregamento da mota assegurado. «Carrego a mota todos os dias em casa e basta-me para 24 horas».

O melhor vem no que poupa. «Com um ciclomotor comum gastava 20 euros em uma ou duas semanas. Agora, se pagar 5 euros por mês já é muito».

Mas as vantagens não são só para os «motards». Carlos Simões, ex-funcionário da EDP comprou um Peugeot «saxo» transformado em carro eléctrico. «Pago 1,60 euros por cada 14 quilowatts e o carregamento de um dia é suficiente para 80 quilómetros».

Tanto Hugo Barrocas, como Carlos Simões receberam as chaves para carregarem gratuitamente as suas viaturas nos postos da EDP. A abertura da rede foi esta quinta-feira, em Lisboa, onde já existem seis postos. Depois de um acordo com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), a eléctrica vai permitir que os clientes autorizados «abasteçam» gratuitamente durante seis meses. Até ao final do ano, a EDP espera ter 100 postos na capital.

De acordo com o presidente da EDP Inovação, António Vidigal, os pontos a favor do carro eléctrico têm mais peso. «A condução é mais confortável, o veículo pode ser carregado em casa e o preço é mais baixo. Por outro lado, a autonomia é inferior, o tempo de carregamento e o custo das baterias é maior».