As taxas de juro de mercado em euros voltaram a subir esta segunda-feira, apesar de novos esforços para introduzir liquidez no mercado monetário norte-americano, sem seguimento por parte do Banco Central Europeu (BCE), e da queda das bolsas.

A Euribor a três meses atingiu esta segunda-feira o seu valor mais elevado em dois meses, nos 4,652 por cento, algumas horas depois da Reserva Federal norte-americana ter baixado a sua taxa de desconto (que serve para empréstimos entre ela e os bancos comerciais) para os 3,5%, de forma a garantir liquidez na manhã de segunda-feira, avança a «Lusa».

A notícia da compra da Bear Stearns pela JPMorgan, depois do acordo alcançado na sexta-feira entre o Fed e a JPMorgan para emprestar dinheiro de emergência à Bear Staerns, levou as bolsas europeias a acumular perdas superiores a 3% durante a sessão desta segunda-feira.

A descida da taxa de desconto por parte do Fed não foi alvo de qualquer comentário por parte de responsáveis do Banco Central Europeu (BCE), mas a porta-voz do comissário europeu dos Assuntos Monetários disse que a União Europeia está «preocupada» com a economia norte-americana e que espera que ela volte rapidamente «ao normal».

Euribor a 6 meses também subiu

A Euribor a seis meses, a mais utilizada nos créditos à habitação em Portugal, também aumentou esta segunda-feira, estando a cotar nos 4,639%.

A doze meses, a Euribor subiu 0,024 pontos percentuais, para os mesmos 4,631%.

Ao contrário dos EUA, que já baixaram cinco vezes as taxas de juro e que devem voltar a baixá-la na terça-feira, o BCE ainda não desceu as taxas desde que começou a agitação dos mercado associada ao «subprime» (crédito hipotecário de alto risco dos EUA).

Apesar das taxas de juro à vista ainda estarem a subir, os futuros sobre a Euribor, do contrato de Setembro, já desceram hoje 0,18 p.p. para 3,81%, reflectindo a expectativa de que a auotirdade monetária europeia venha a baixar a taxa de referência nos próximos seis meses.

A crise do «subprime» desencadeou uma série de perdas adicionais nos balanços de instituições financeiras e grande volatilidade nos mercados financeiros, com alguns bancos a terem dificuldades em financiar-se no mercado.

Para tentar contrariar a falta de liquidez no mercado interbancário, vários bancos centrais têm feito esforços para injectar fundos no mercado, mas a agitação parece prolongar-se e ninguém sabe por quanto mais tempo, com as Euribor a continuar a manter uma tendência de subida.